NÃO SERIA AGACHAMENTO? Até quando João vai insistir em ter palanque com Lula diante da assumida opção por Veneziano?
Diante das mais recentes declarações do ex-presidente Lula de fazer opção por um palanque com o senador Veneziano Vital do Rego, resta uma indagação: até quando o governador João Azevedo vai insistir em ter, a qualquer custo, o petista como aliado?
É impressionante a sua insistência. Nos últimos meses, Lula recebeu, várias vezes, Ricardo Coutinho, Veneziano e até Luciano Cartaxo, mas nunca recebeu João. O único encontro entre eles ocorreu, fortuitamente, durante um evento em Natal e nos corredores do evento.
João, como se sabe, tem colecionado problemas por conta de sua insistência em condicionar a participação de candidatos em sua chapa, algo como a apresentação de uma espécie de passaporte lulista.
Nos últimos dias, por exemplo, ao decretar que não aceitará candidato em sua chapa que não vote em Lula, já causou efeitos colaterais não desprezíveis e poderá, inclusive, perder o apoio do deputado Efraim Filho.
Azevedo também brinca com o fogo, porque, inegavelmente, seu principal aliado em João Pessoa é Cícero Lucena. Ora, está claro que o prefeito não vota com Lula, até porque o principal parceiro do petista na Paraíba é Ricardo Coutinho. Um impedimento grave.
Perder o apoio de Efraim Filho, especialmente para seu principal adversário que, a preço de hoje, é o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB), talvez possa ser reparado com a manutenção de Aguinaldo Ribeiro na chapa, mas, perder o apoio de Cícero seria catastrófico.
É compreensível que João tenha simpatias pela pré-candidatura de Lula, em sintonia com a estratégia da maioria dos governadores do Nordeste, além de apostar que o petista manterá sua aprovação na região, além da necessidade de manter o apoio de petistas simpatizantes à sua candidatura.
Mas, a verdade é que, em algum momento, João vai precisar avaliar o custo/benefício dessa opção.