Após derrota e ameaça na Assembleia RC acena com humildade, paz e amor
O governador Ricardo Coutinho gosta de gracejar com a inteligência dos paraibanos. Ou imaginar que os paraibanos não têm. Há meses, RC se digladia com a Assembleia, vetando as emendas dos deputados na LDO, e procurando a Justiça para derrubar a decisão da Casa sobre o empréstimo da Cagepa.
Mas, em solenidade realizada esta manhã no Centro Cultural São Francisco, o governador não rezou a oração franciscana que diz é dando que se recebe. Ele surpreendeu, ao blasfemar sobre sua relação com os deputados: “Se depender de mim, sou sempre paz e amor o tempo todo.” Só pode estar brincando.
Mas, tem uma explicação. O vereador Bira revelou, recentemente, ao Blog ter ouvido relato de interlocutores que perceberam um esforço extra-humano do governador para se fazer humilde, desde que sofreu a derrota das urnas em João Pessoa: “Ele fez um tremendo esforço para parecer humilde.”
Agora, a explicação é outra: na iminência de perder definitivamente a maioria na Assembleia, o governador acena com um discurso paz e amor. O problema é usar um palavreado estranho ao seu perfil. Todos sabem como ele tem se comportado em relação aos deputados desde o início do Governo.
Além do mais, o governador tem outra preocupação neste final de ano. Há a possibilidade, não confirmada ainda, da Assembleia vir a votar as suas contas de 2011. Como se sabe, o TCE aprovou as contas numa sessão polêmica, afrontando o parecer dos auditores, do Ministério Público da Corte e o relator Umberto Porto.
Depois da decisão, algumas entidades procuraram a Justiça, para contestar a decisão do TCE e pedir a aplicação da pena de improbidade ao governador, por várias irregularidades nas contas, como o descumprimento dos mínimos constitucionais para aplicação em saúde e educação.
Agora, ficou fácil: todo mundo compreende, como diria Belchior.