A DEMORA É UM CALVÁRIO… Por que tantos juízes se averbam suspeitos para julgar ações contra Ricardo Coutinho?
Um juiz se averbar suspeito de julgar uma ação, aparentemente, pode ser considerado “normal”. Mas, e oito juízes se averbarem suspeitos? E se essas ações são todas decorrentes da Operação Calvário, que apontou o ex-governador Ricardo Coutinho como o cabeça de uma suposta organização criminosa desbaratada pelo Gaeco?
Ainda assim pode ser considerado normal? Pois, meu caro Paiakan, é o que acontecido na Paraíba das últimas semanas. O último dos magistrados a desistir de julgar uma ação remanescente da Calvário foi o juiz Hermance Pereira (1ª Zona Eleitoral). Em sua justificativa, o juiz alegou razões de “foro íntimo”.
Com os processos percorrendo várias varas criminais, civis e eleitorais, eis que já se vão quatro anos, a partir da deflagração da primeira Operação Calvário, em dezembro de 2019. Desde então, vários integrantes da Orcrim foram presos, inclusive Ricardo Coutinho, mas, até o momento, nenhuma das 23 ações foi julgada pela Justiça.
Para o cidadão que viu sair pelo ralo mais de R$ 430 milhões (numa estimativa conservadora), na forma de propina, e não vê ninguém ser julgado, é algo revoltante.
É compreensível que um ou outro magistrado esteja realmente impedido de julgar, por várias razões, e isto é aceitável, mas quando se aproxima de uma dezena, não tem como não chamar atenção.
O fato é que, se a Justiça existe para todos, como é que tantos magistrados se recusam a julgar certos réus, coincidentemente figurões conhecidos na praça?