AGUARDANDO JULGAMENTO… Após 23 denúncias contra Orcrim o Gaeco estima desvio de quase meio bilhão dos cofres públicos
As ações judiciais remanescentes da Operação Calvário guardam algumas curiosidades e o detalhe é que, segundo o Ministério Público, os delitos cometidos pela suposta organização criminosa desbaratada pelo Gaeco provocaram um desvio dos cofres públicos de quase meio bilhão de reais em propinas.
A principal dessas ações é resultante da fase 7, e foi remetida pelo desembargador Ricardo Vital, relator da Calvário, para o Tribunal Regional Eleitoral avaliar competência sobre se o julgamento deve ocorrer na Justiça Eleitoral ou Comum. Trata-se da principal das ações.
Mais recentemente, ações penais e civis passaram por várias varas, depois que nada menos do que dez juízes se averbaram suspeitos para seu julgamento. E há ainda ações que, após serem recepcionadas pelas varas criminais, tornando os suspeitos em réus, esperam, há quatro anos, por um julgamento. Algo que tem causado estranheza na praça.
Histórico – Desde dezembro de 2018, quando foi deflagrada a Operação Calvário, foram realizadas 12 fases, que resultaram em 23 ações penais, nas quais o ex-governador Ricardo Coutinho já é réu em pelo menos 13. Há algumas semanas, o Ministério Público liberou planilha, revelando um balanço do rombo beira à casa do meio bilhão de reais.
A planilha divulgada envolve 173 investigados, que teriam promovido desvio estimado de R$ 434.026.009,15 dos cofres públicos, por parte de uma suposta organização criminosa, que foi liderada Ricardo Coutinho, segundo o Gaeco, e de acordo com delações de Livânia Farias, Ivan Burity e o lobista Daniel Gomes da Silva. “Apenas” cerca de R$ 144 milhões foram, até o momento, retidos por determinação judicial.
Além do ex-governador Ricardo Coutinho, também foram tornados réus seus irmãos Coriolano, Valéria, Viviane e Raquel Coutinho, afora ex-secretários Ivan Burity, Waldson Souza, Livânia Farias e Gilberto Carneiro. Na fase 7 da Calvário foi decretada a prisão de Ricardo Coutinho.
Pra relembrar – A Operação Calvário 7 foi deflagrada em 17 de dezembro de 2019. Foram 17 prisões preventivas (das 27 pedidas pelo Gaeco) decretadas pelo desembargador Ricardo Vital, que ainda determinou 54 mandados de busca e apreensão em vários endereços, como o Palácio da Redenção, o Canal 40 e a Granja Santana.
A operação mobilizou mais de 370 policiais federais e integrantes do Gaeco, Ministério Público Federal e Controladoria Geral da União, e ocorreu também no Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro. Apenas neste núcleo, estimou-se desvio de recursos públicos na ordem de R$ 134,2 milhões, dos quais mais de R$ 120 milhões teriam sido destinados a agentes políticos e às campanhas eleitorais.
BALANÇO DA CALVÁRIO…