PENSAMENTO PLURAL As redes sociais e o respeito entre os indivíduos, por Ricardo Sérvulo
“Quando sentirmos vontade de estabelecermos contato com outras pessoas nas redes sociais, tal qual presencialmente, devemos guardar e preservar sempre o respeito”, é o propõe do jornalista e advogado Ricardo Sérvulo em sua nova crônica, pautando sua ideia que o respeito deve sempre imperar entre as pessoas, para evitar a barbárie que muitas se verifica entre pessoas intolerantes no uso de suas páginas na Internet. Confira a íntegra de seu comentário…
Ao longo do tempo as relações entre indivíduos racionais e até mesmo irracionais sempre foram permeadas pelo respeito e pela observância de certas regras básicas, que sustentam a convivência minimamente tolerável entre tais pares. Esse fundamento sempre serviu de base para que as teias de coexistência se mantivessem intocadas dentro dessas tribos, e para que fossem efetivas a ponto de manter a união do grupo, pois coesão sempre foi mais rentável que as subdivisões que enfraquecem as espécies.
O fato é que, em tempos hodiernos surgiu uma nova modalidade de integração e interação social, a internet. O fenômeno das nominadas redes sociais é um verdadeiro fetiche da raça humana, onde rola de tudo: culto à beleza, ao ego, exposição do divã emocional para o público, ambiente de conquistas e namoros, paqueras, apresentação de ideias filosóficas, ideológicas e políticas; fofocas, autoajuda, religião, cultura, arte, lazer e outras coisas mais.
Invariavelmente, a regra e a ideia de seu invento possibilitaram às pessoas uma grande comunidade de interligações e interações no sentido de sedimentar o que há de mais íntimo e natural entre as gentes, os povos, sendo bastante útil à convivência e à troca de experiências ao longo da vida partilhada em dado tempo social, que, no presente, passou a ser travada nesse contexto do universo virtual como assim é chamado, contemporaneamente. Contudo, imerso nesse emaranhado fantástico de contato instantâneo, ou seja, em tempo real e ao redor do globo terrestre, há ações e resultados dessas ações.
Oportuno é ser dito também que, o fato de não termos o contato físico como no experimento ladeador presencial, “não quer dizer que o ambiente virtual é terra sem lei”; é cidade meta social ou cidade fantasma. Não, não é! Quem assim pensa está terrivelmente equivocado. Os usos sociais (conjunto de comandos e regramentos que devem ser observados por todos os indivíduos, dentro do tecido social), tais como: a educação, a gentileza, a cordialidade, a boa conduta, a ética, o cavalheirismo, as boas maneiras, as lições domésticas básicas, a elegância, a suavidade, o “fair play” (o jogo limpo), precisam e devem ser respeitados e mantidos.
Há de se entender que a página virtual das pessoas é como a morada, o lar virtual do dono do perfil: ao visitá-la, impõe-se ao visitante a observância de todas essas premissas citadas, os “usos sociais”, que acabamos de mencionar. Ora, é natural que quando postarmos algo nas redes sociais esse algo vira público e pode ser contestado, contraposto (nada demais), isso faz parte do processo dialético (do debate). Ocorre que, muitos entram nas cercanias da casa virtual do sujeito para atingi-lo moralmente, pessoalmente, diretamente, quando não em tais condições têm como utilização à deselegância, a descortesia e a própria grosseria.
Portanto, fiquemos atentos: quando sentirmos vontade de estabelecermos contato com outras pessoas nas redes sociais, tal qual presencialmente, devemos guardar e preservar sempre o respeito, a boa educação, a lucidez e o bom senso, a ponto de evitar ataques e até o cometimento de crimes contra a honra por exemplo ou, em última análise, outro tipo de conduta que possa ser alvo até de confrontos e demandas judiciais. Ninguém é obrigado a comentar na postagem alheia, mas se o fizer, é preciso ter “noção” e não ofender o outro, pois toda ação corresponde a uma reação, diametralmente proporcional e contrária.
Vale refletirmos e sermos precavidos.
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