ELE NÃO TEM LIMITE… Ricardo Coutinho afronta laudo da Polícia Federal e insinua que delações da Calvário foram falsificadas
Quando se esperava que Ricardo Coutinho não mais impressionaria com suas diatribes contra a Operação Calvário e o Gaeco, eis que o governador agora investe contra a Polícia Federal.
Durante sabatina, na manhã desta terça (dia 6), Ricardo Coutinho teve a ousadia de insinuar que as gravações da Calvário, obtidas pelo Gaeco, com autorização judicial, são falsas, e poderiam ter sido “fabricadas” em Bayeux.
O que ele disse – Durante sabatina na CBN, Ricardo Coutinho afirmou, sem pestanejar, ao ser indagado sobre as delações da Calvário: “São falsas meu querido, são falsas, cadê as provas? Eu imito tua voz, eu vou ali em Bayeux, vou ali em Campina Grande, vou ali no Rio Grande do Norte, imito tua voz tranquilamente.”
A verdade – Suas declarações se confrontam com relatório da Polícia Federal, de 2020, quando foi divulgado laudo de peritos da PF, confirmando a autenticidade dos áudios (confira abaixo).
O laudo tem 48 páginas e traz a análise dos “trechos delimitados de arquivos de áudio citados representações policiais de medidas cautelares. Em nenhum dos trechos analisados foram encontrado qualquer elemento indicativo de que os áudios tenham sido adulterados por meio de inserção e/ou supressão intencionais de intervalos ou falas.”
TRECHO DO RELATÓRIO DA POLÍCIA FEDERAL…
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Pra entender – Todas as conversas gravadas (cerca de mil horas) entre o delator Daniel Gomes e os réus da Calvário, dentre eles, Ricardo Coutinho, foram minuciosamente analisados por perito criminal federal Marcelo Felipe Maia. O laudo passou a integrar os autos configurando a autenticidade das gravações.
Os áudios depositados pelo colaborador Daniel Gomes da Silva foram acostados em sua colaboração perante o Superior Tribunal de Justiça, submetidos ao setor técnico científico da Polícia Federal, que atestou a integridade e posteriormente compartilhadas com os mais diversos juízos.
Calvário – A Calvário foi deflagrada em dezembro de 2018, numa operação comandada pelo Gaeco e a Polícia Federal, que foi capaz de desbaratar o maior esquema de corrupção na Paraíba, revelando uma suposta organização criminosa que movimentou, durante o governo Ricardo Coutinho, cerca de R$ 2 bilhões.
Como resultado das investigações foram protocoladas 23 denúncias, das quais 13, já foram aceitas pela Justiça, com a apuração de um desvio de mais de R$ 430 milhões na forma de propina para enriquecimento ilícito de empresários e agentes públicos, além do financiamento de campanhas eleitoras, para compra de votos.