QUE VENHA O DIA 30… Pesquisas erram feio, prejudicam Lula ao criar expectativas de vitória em 1º turno e dão fôlego a Bolsonaro
Resultado: as eleições de primeiro turno de 2022 passarão para a História como recordista no erro das pesquisas. Datafolha e Ipec (múmia do Ibope) foram os mais devastados pela realidade das urnas. Pode não ter sido, mas passou a ideia de malandragem.
Os dois institutos, às vésperas do pleito, apresentaram uma margem de Lula (PT) sobre Bolsonaro (PL) que eram reais apenas na ficção. Apenas para citar os dois mais celebrados institutos.
O Datafolha, por exemplo, mostrava Lula com 50% dos votos válidos contra 36%, conferidos a Bolsonaro. Ou seja, uma margem de 14%. Essa era a ficção da pesquisa.
O Ipec foi ainda mais impressionante. Dava vitória de Lula no primeiro turno com 51% dos votos válidos, seguido, muito à distância por Bolsonaro, com supostos 37%.
Na fim, após o veredicto das urnas, Lula venceu com uma diferença de 5%. Ou seja, não há qualquer semelhança entre os dois universos da ficção e da realidade.
Fica a impressão que a dose cavalar dos erros dos institutos de pesquisas talvez mirassem, de fato, influenciar o eleitor, em favor de Lula. Era uma espécie de bala de prata: a ordem era vencer no primeiro turno.
Mas, a overdose que, tanto poderia ajudar Lula, agora pode prejudicar. Criar a expectativa de uma vitória em primeiro turno, não confirmada nas urnas, pode virar o jogo.
Ficou a impressão que Lula ganhou, mas perdeu. E Bolsonaro, que perdeu com margem de 5%, mas saiu aparentemente vitorioso, à medida em que reverteu as expectativas criadas pelo PT e os institutos de pesquisa.
A disputa de segundo turno, em 30 de outubro, é uma outra campanha. Resta aguardar se Bolsonaro irá se aproveitar da momentânea “vantagem”, ou se Lula irá reverter as expectativas, manter os votos obtidos e ampliar sua base.
É uma eleição aberta, uma disputa duríssima e não há favoritismo. E os institutos terão muito o explicar aos brasileiros, porque, certamente, a partir de agora, as próximas pesquisas serão vistas com muito maior desconfiança.
