SALDÃO DA CALVÁRIO Juiz nega pedido de Ricardo Coutinho para levar julgamento de ação penal pro Eleitoral
O ex-governador Ricardo Coutinho anda sem sorte. Não foi contemplado com cargo no governo Lula, perdeu o comando do PT estadual e assiste ao partido aderir ao governador João Azevedo, seu atual desafeto.
Como se não bastasse, acaba de ter negada a sua pretensão de levar uma das ações penais remanescentes da Calvário para a Justiça Eleitoral. O juiz Marcial Henrique Ferraz (2ª Vara Criminal) manteve o julgamento no âmbito da Justiça Comum.
Trata-se de uma ação penal remanescente da Calvário, e recepcionada pelo magistrado em 9 de novembro de 2021, a partir de denúncia do Gaeco.
Segundo o magistrado, o ex-governador “não indicou, clara, precisa e analiticamente, quais condutas descritas na peça inicial se adequariam a algum ilícito penal eleitoral; e não o fez exatamente porque a denúncia não descreve nenhum fato que possa efetivamente ser acoplado a algum tipo criminal eleitoral“.
Investigados – A denúncia do Gaeco envolve, além de Ricardo Coutinho, seu filho, Rico Coutinho, seus irãos Raquel e Coriolano Coutinho, além do empresário Ivanilson Araújo, Anelvina Sales Neta e Denise Krummenauer Pahim.
Pra entender – De acordo com a denúncia, Ricardo Coutinho teria sido beneficiado com dinheiro de empresas que forneciam produtos agrícolas ao governo do Estado, e envolve negociações com o empresário Ivanilson Araújo, com movimentação de R$ 70 milhões, entre 2011 e 2018.
Dentre os imóveis, supostamente adquiridos com propina constam uma casa no Bosque das Orquídeas, além de uma propriedade em Bananeiras, a Fazenda Angicos, adquirida supostamente por seu irmão Coriolano Coutinho.
Segundo o Gaeco, dentre os achados nas investigações, consta que a empresa Santana Agroindustrial, de Ivanilson, recebeu R$ 2,9 milhões, em fevereiro de 2018, e poucos dias após, teria transferido R$ 300 mil para Raquel, que teria repassado para Ricardo Coutinho adquirir imóvel no condomínio Bosque das Orquídeas, imóvel avaliado à época em R$ 1,7 milhão.
Noutra linha de investigação, segundo o Gaeco, Coriolano, em 9 de março, teria feito um depósito de R$ 289 mil em aplicação usada por Ricardo Coutinho para, em 14 de março de 2018, compor os R$ 409,9 mil dados como parte da aquisição do imóvel.
Ainda na denúncia, o Gaeco descreve também uma doação de R$ 10,2 mil, feita pelo grupo empresarial, para a Fazenda Angicos (imagem abaixo), em “silagem de sorgo”, através de Coriolano, que se apresenta como proprietário do imóvel, apesar das suspeitas do Gaeco de que pertence, na verdade, a Ricardo Coutinho.