PENSAMENTO PLURAL Maduro no Brasil: uma narrativa desastrosa no Digital, por Alek Maracajá

Se o presidente Lula não conseguiu, nesses primeiros cinco meses de governo, pacificar o Brasil, que seria o ambiente adequado para administrar um país tão dividido, agora, aparentemente, conseguiu quase uma unanimidade contra. Com a recepção ruidosa para o ditador Nicolás Maduro.

Até mesmo aliados, entre jornalistas, empresários e presidentes de países vizinhos, criticaram suas posições de proclamar a existência de democracia na Venezuela de Maduro. Definitivamente, não pegou bem. E estão certos os presidentes do Uruguai, Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, quando rebatem Lula. Pou, de direita, Boric, de esquerda.

O estrago é tão considerável, que um estudo realizado pelo publicitário Alek Maracajá (AtivaWeb), especialista em mídias digitais, apontou postagens com uma rejeição de 83% às declarações do presidente Lula, em relação a Maduro. Confira íntegra do estudo…

Uma enxurrada de críticas que chegou a marca de 83% de menções negativas sobre o tema só no dia de hoje. Este é o saldo (até agora) da visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil, ao menos no meio digital.

Os dados analisados são referentes a mais de 4 milhões de postagens e comentários nas redes Facebook, Instagram e Twitter.

Com certeza, esta não é a narrativa mais favorável ao governo brasileiro – que agora consegue desagradar gregos e troianos numa jogada só.

É como eu costumo dizer: não existe milagre na comunicação digital, mas você precisa saber falar com o desejo das pessoas que estão conectadas do outro lado.

E é bom lembrar também que, quando falamos no digital, falamos para diversas audiências, não só para aqueles que nos seguem. Por isso, a comunicação deve olhar para além da política partidária. Porém, não é isso que temos visto.

Além disso, se o governo já vinha sofrendo com a falta de aprovação em algumas pautas, agora, com críticas explícitas dos líderes da América do Sul, a situação fica mais complicada.

Os presidentes do Uruguai e do Chile, por exemplo, foram enfáticos ao criticar o que chamaram de “vista grossa” e “tapar o sol com o dedo” para as violações de  direitos humanos na Venezuela.

Por outro lado, as polêmicas levantadas com a visita de Maduro surgem num momento em que a própria comunicação do governo recebe críticas, o que dificulta ainda mais um reposicionamento ágil e efetivo no combate às menções negativas.

Ou seja, a visita do presidente venezuelano teve um impacto desastroso para a imagem digital do governo e do presidente Lula, que não chegou nem aos seis meses de mandato.

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