NEGÓCIO DA CHINA Nove trilhões de suspeitas levam MP investigar projeto mirabolante de empresários chineses
Foram muitos os indícios que alertaram o Ministério Público para investigar o caso. De cara, o valor estratosférico do projeto, num padrão acima da realidade. A apropriação ilegal de imagens para uso em propaganda. A suspeita sede da empresa Brasil CRT numa minúscula sala em Belo Horizonte. Até mesmo o imóvel em nome de uma dona de lanchonete. Até mesmo a suspeita do uso do solo de Mataraca para exploração de minérios ricos em titânio.
Não terá sido por outra razão que o governador João Azevedo desmarcou uma reunião com representantes da empresa, diante de tantas suspeitas. Não terá sido gratuita a nota emitida pelo Consulado da China, alertando para o fato de que o governo chinês não estava ancorando e não recomendava a operação. Diante de tudo, não restava outra alternativa ao Ministério Público, senão abrir um procedimento de investigação. Negócio nebuloso demais.
E a julgar pelo desfecho dessa malfadada operação, só resta lamentar que a Paraíba tenha sido vítima de uma engodo dessa dimensão. Que a Paraíba precisa de um porto de águas profundas, não há qualquer dúvida. É até um imperativo, diante das condições do Porto de Cabedelo, incapacitado tecnicamente para receber navios de grande porte. Mas, o sonho por um porto de águas profundas não pode vir através de pesadelo de 9 trilhões de embustes.
Consulado – Após toda repercussão na mídia, vice-cônsul da China em Recife He Yongwei emitiu nota, alertando, “que esta ação não representa atividade comercial oficial da China e, sendo assim, o Consulado da China gostaria de chamar a atenção da imprensa de tomar uma posição cautelosa e não é recomenda a reportagem”. He Yongwei advertiu ter avisado a prefeitura e governo estadual antes do evento, realizado em Mataraca.
Ministério Público – Na noite dessa segunda-feira, a promotora de Justiça de Mamanguape, Ellen Veras, que atua na defesa do patrimônio público, revelou ter tomado conhecimento pela Imprensa do projeto trilionário anunciado por uma empresa chinesa, em parceria com a prefeitura de Mataraca, e, diante das suspeitas envolvendo o empreendimento, decidiu instaurar o procedimento extrajudicial para ouvir os órgãos responsáveis.