ESQUEMA BILIONÁRIO? Donos da BraisCompany são condenados a até 88 anos de prisão, mas como irão cumprir se estão foragidos?
Diferente das ações da Calvário, nunca julgadas, o julgamento do escândalo da BraisCompany até que não demorou. Nesta terça (13/02), a 4ª Vara Federal de Campina Grande divulgou a condenação do casal Antônio e Fabrícia Ais e mais oito pessoas que integravam o esquema.
Antônio foi condenado a mais de 88 anos e sete meses de prisão, enquanto a esposa pegou acima de 61 anos. O problema é que o casal está foragido desde 16 de fevereiro de 2023, logo após a Operação Halving da Polícia Federal que investigou crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais.
A sentença do juiz Vinícius Costa Vidor traz como crimes patrocinados pelo esquema, que são operar instituição financeira sem autorização, gestão fraudulenta, apropriação e lavagem de capitais. O juiz também impõs aos réus o pagamento de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em danos morais coletivos.
CONFIRA RELAÇÃO DOS RÉUS E SUAS CONDENAÇÕES…
- Antônio Inácio da Silva Neto – 88 anos e 7 meses
- Fabrícia Farias – 61 anos e 11 meses
- Arthur Barbosa da Silva – 5 anos e 11 meses
- Clélio Fernando Cabral do Ó – 19 anos
- Deyverson Rocha Serafim – 5 anos
- Fernanda Farias Campos – 8 anos e 9 meses
- Flávia Farias Campos – 10 anos e 6 meses
- Gesana Rayane Silva – 14 anos e 6 meses
- Mizael Moreira da Silva– 19 anos e 6 meses
- Sabrina Mikaelle Lacerda Lima – 26 ano.
O escândalo – Em 16 de fevereiro de 2023, a Polícia Federal deflagrou a Operaão Halving, que cumpriu vários mandatos de busca, apreensão e prisão, contra o esquema investigado por patrocinarem crimes contra o sistema financeiro e mercado de capitais, através da BraisCompany, que teria movimentado, durante suas operações, mais de de R$ 1,5 bilhão. O rombo estimado beira aos R$ 600 milhões.
Os mandados foram cumpridos em sedes da empresa em Campina Grande e São Paulo. De acordo com as investigações, a empresa prometia um retorno financeiro de 8% ao mês, algo irreal para os padrões do mercado. Milhares de pessoas investiram suas economias pessoais na empresa. A Polícia Federal estima que mais de 10 mil pessoas foram lesadas no esquema.
Como funcionava – A empresa era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.