Apesar de pequenas rusgas com Cássio, RC deve enfrentar Veneziano em 2014
De repente, só se fala em 2014. O senador Cássio Cunha Lima envia recados para o governador Ricardo Coutinho, indicando que poderá fazer consulta ao TSE para avaliar sua candidatura ao Governo. Mas, no mesmo momento, diz que estará com RC. De outro lado, o PMDB confirma a candidatura de Veneziano, enquanto o senador Vital Filho prega união das oposições.
O morde e assopra de Cássio tem o efeito de deixar o governador em permanente vigília. E talvez seja esse mesmo o objetivo. Se de alguma forma desagradar ao tucano, poderá perder seu apoio, que foi fundamental em 2010. Mas, ao mesmo tempo, Ricardo sabe como a Paraíba só tem dois lados. Cássio terá de optar por ele, porque dificilmente se comporá com Veneziano.
Alguém poderá argumentar que o PT terá como representar um projeto mais consistente de oposição em 2014. É possível. Mas, a preço de hoje, não existe um nome capaz de catalisar esse sentimento no partido. E política na Paraíba ainda se faz com nomes. Talvez se projete uma aliança em torno do ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades). Pode ser. Mas, a preço de hoje, não existe.
E assim vai se formando o desenho da disputa em 2014. De um lado o governador RC e, certamente, o senador Cássio. Com uma ou outra rusga, mas com tendência de entendimento. A menos que uma consulta ao TSE resulte favorável. Se bem que o ministro Arnaldo Versiani, de passagem por João Pessoa, já antecipou que o senador será atingido pela Lei da Ficha Limpa.
De outro lado, vai se formando o agrupamento das oposições. Não será uma operação fácil unir PMDB e PT, é fato. O PT cresceu nas últimas eleições e ensaia carreira solo. Mas, o partido sabe o quanto será imprescindível o apoio do PMDB para reeleição da presidente Dilma, ou eventual candidatura de Lula, em 2014. Principalmente para enfrentar a ameaça Eduardo Campos.
Como 2013 será um ano de prospecção, as pequenas escaramuças entre aliados em potencial serão naturais. Até para cada um deles demarcar território e testar suas forças. Porém, a se manter o atual ritmo, dificilmente a disputa de 2014 não terá Cássio e Ricardo num cordão, e as oposições com PMDB (Veneziano), PEN de Ricardo Marcelo e o PT, em outro.