Prefeitos bola murcha deviam trabalhar em vez de fazer pirotecnia
Está na hora dos novos prefeitos deixarem de pirotecnia e começarem a trabalhar. Essa cultura infame de ficar detonando o antecessor é um entulho do coronelismo que precisa acabar. Todo dia tem prefeito ocupando espaços na mídia para denunciar o caos encontrado, mas nenhum deles, por exemplo, quer renunciar ao mandato.
Mais que isso: ficam fazendo terrorismo com os servidores, ameaçando pagar salários parcelados e outras maldades do gênero. Isso é cafajestagem. Todos eles, durante a campanha, diziam saber administrar e já denunciavam os problemas dos antecessores, portanto sabiam do que iam encontrar. Assim, está na hora de acabar com a bazófia e começar a trabalhar.
A Paraíba tem sido pródiga nessas artimanhas, para iniciar uma gestão dando calotes em fornecedores e servidores. Quando Zé Maranhão assumiu em 2009, dizia-se que o antecessor, Cássio Cunha Lima, tinha deixado o Estado no fundo do poço. Conversa fiada. É verdade que Cássio deixou algumas minas, mas não foi como denunciado, tanto que Maranhão pagou todos os salários em dia.
Ricardo Coutinho assumiu em 2011 alardeando um Estado quebrado, para justificar demissão de servidores e calote generalizado nos fornecedores. Poucos meses depois, o balanço do próprio governador cuidava de desmistificar uma mentira que vinha sendo apregoada tantas vezes, com o claro objetivo de denegrir a imagem do antecessor, como Maranhão fizera com Cássio.
Agora, são os novos prefeitos seguindo a mesma cantilena. E olha que a maioria deles é jovem. Eles que deveriam iniciar uma nova prática política. Se forem encontradas irregularidades, o caminho mais lógico é mandar investigar, e, sendo o caso, levar o caso ao Ministério Público e representar o antecessor na Justiça. Mas, penalizar os servidores é de uma canalhice imperdoável.
Certo fez, há poucos dias, o senador Cássio, durante o lançamento do SOS Seca. Quando indagado sobre eventuais problemas deixados pelo ex-prefeito Veneziano, em Campina, desconversou afirmando que não iria polemizar, que o momento era de trabalhar.