Servidores contestam aumento dado por RC: “Foi só pirotecnia”
Ninguém em sã consciência pode ser contra reajuste salarial. Ainda mais que a própria presidente Dilma Roussef, como se sabe, desconheceu olimpicamente a paralisação dos servidores federais, ano passado, e não concedeu um centavo de aumento. Mas, o Governo do Estado não pode tentar mascarar a realidade, fazendo pirotecnia de um aumento que, efetivamente, não deu. Na verdade, de concreto mesmo, só os 3% de forma linear.
Tanto não foi como anunciado, que várias categorias já se manifestaram para desmentir os números anunciados pelo governador Ricardo Coutinho. É o caso dos professores. Conforme nota da APLP, “ao contrário do que ele anunciou em sua fala com relação a recomposição da Tabela, relativa às Progressões Verticais, que estava sendo restabelecida conforme os índices anteriores, tal fato não aconteceu!”.
Os policiais militares da mesma forma. Segundo o Coronel Francisco (Clube dos Oficiais), o aumento “não passou de 5%, em duas parcelas, e abaixo da inflação de 2012, que ficou em 5,8%, o mais são gratificações, abonos e outros penduricalhos, e isto não atende às necessidades dos policiais, e então se vê qual a sua prioridade para a Segurança Pública no Estado”.
Na mesma linha veio o deputado Major Fábio: “Na prática será de apenas 5% o reajuste anunciado, e ainda parcelado em duas vezes, além do mais, os reformados e pensionistas ficaram de fora do aumento das gratificações. Na verdade é muita maquiagem e poucos números, ou muitos cálculos e pouco resultado. Mas, a memória dos trabalhadores não é curta…”
Já segundo o presidente do Sindifisco, Victor Hugo, “foi a mesma coisa do ano passado. Sendo que, com o pessoal do Fisco, o governador segue sendo ainda mais perverso. Porque anunciou um aumento de 5%, abaixo da inflação de quase 6%. E mesmo assim, o aumento foi de 3% agora e 2% só no meio do ano, e na forma de gratificação, e ainda fala como se fosse o maior aumento do mundo”.
Seria muito mais simples se o governador fosse transparente e apresentasse de forma corajosa os reais números do aumento, sem a necessidade de tentar ludibriar os servidores. Como não age de forma transparente, o reajuste anunciado, que poderia ser recebido como uma boa notícia, termina enodoado com a reação do funcionalismo, desmentido os índices anunciados.