SER OU NÃO SER… Romero criou armadilha para si próprio e terá pouco mais de um mês para decidir se topará disputa
Não é novidade, meu caro Paiakan, que o processo eleitoral em Campina Grande segue a passos de tartaruga, apesar de algumas iniciativas.
O voluntarioso ex-secretário Johny Bezerra (PSB) tem se mantido no páreo, e até conseguiu um feito, ao obter decisão da Direção Nacional do PT de apoio à sua eventual candidatura a prefeito. A resolução, aparentemente, teve o dedo do governador João Azevedo, em defesa de seu pré-candidato.
De outro lado, o deputado Inácio Falcão (PCdoB), multicandidato, tenta manter a unidade da esquerda em torno de sua pré-candidatura, a despeito da imposição da Nacional petista, o que lhe deixa como opções apenas o seu próprio partido e o PV, integrantes da tal Federação.
Mas, até aqui a impressão reinante em meio às simpatias juninas é que tudo até agora disparado é apenas traque. A bomba que virá é que definirá os rumos do processo eleitoral, atualmente tão engessado, será a iminente decisão do deputado Romero Rodrigues (Podemos).
Iminente por questões de prazo. As datas para definição de candidaturas em convenções vão de 20 de julho a 5 de agosto. Assim, Romero tem, no máximo, um mês para seguir empurrando o processo com a barriga. E conhecendo seu estilo, digamos, galante, talvez leve até a undécima hora do prazo fatal.
Então, Romero é ou não é candidato? O silêncio a que ele tem se imposto dá margem a muitas interpretações. Como até agora não manifestou qualquer indicativo do que irá decisão, fica a sensação de que, realmente, tanto pode sair pra ser candidato, como simplesmente não ser. E ponto final.
Como não se faz omelete sem quebrar os ovos, qualquer das duas decisões que tomar vai ter consequências.
Se decidir ser candidato, irá pôr a prova seu prestígio político contra o prefeito Bruno, o que representa uma cisão dentro do grupo Cunha Lima. Se vencer, terá dado seu primeiro voo solo e, provalmente, está muito credenciado para 2026. Se perder, além de ser alijado do grupo, ainda comprometerá seu futuro político.
Se não for candidato, contudo, corre o risco de perder credibilidade, depois de deixar criar, deliberadamente ou não, tantas expectativas, não apenas em seu entorno, mas na opinião pública. E ainda poderá deixar o processo com a imagem de não ter coragem para decidir. Lembrando que, em 2018, também ensaiou ser candidato a governador e deu marcha à ré.
Assim, meu caro Paiakan, é o caso de que se correr, o bicho pega, se fica, o bicho come. Mas, essa foi uma situação que ele mesmo criou.