Só dá problema: terceirização da Maternidade de Patos e a demissão dos médicos
Depois de ficarem até três meses sem receber os salários, os médicos do Hospital da Maternidade Peregrino Filho de Patos decidiram pedir demissão. Segundo os profissionais, a empresa Fibra, que administra o hospital, vem seguidamente atrasando salários, chegando inclusive a parcelar o pagamento de alguns meses.
Os médicos procuraram o Ministério Público, antes de protocolar o pedido de demissão junto à direção da Maternidade. Eles alegam a impossibilidade de continuar trabalhando sem o pagamento dos seus salários, por parte da Fibra. Desde que o Governo RC terceirizou a administração com a empresa, vem se registrando problemas na relação com os médicos.
O Ministério Público, acionado pelos médicos, se comprometeu a investigar o atraso no pagamento de seus salários. A empresa Fibra não quis se pronunciar sobre o problema, e insiste que os atendimentos estão se transcorrendo dentro da normalidade. Os médicos rebatem, afirmando que o diretor “mal para em Patos”, e que a maternidade é administrada de fato por uma enfermeira.
Em junho, após a terceirização, a Fibra demitiu 24 funcionários, em sua maioria enfermeiras, muitas com vários anos de serviço. As demissões revoltaram a população. O deputado Antônio Mineral,aliado do governador, tentou em vão uma audiência para suspender as demissões, mas não adiantou. Seu sobrinho, o vereador Almir Mineral, inclusive, fez duras críticas ao Governo: “Isto é mais um desrespeito do governador. RC não tem compromisso com Patos.”
O Instituto Fibra é o mesmo que, em agosto de 2011, teve contrato seu contrato rescindido com o Estado de Mato Grosso, por atraso de salários e irregularidades flagradas pelo Ministério Público na movimentação financeira de mais de R$ 5 milhões. Em meio ao escândalo, o Governo decidiu afastar o Instituto.