O QUE ESTÁ EM JOGO Quatro agrupamentos tentam emergir bem das urnas deste ano para ter poder de fogo em 2026
Pelo andar da carruagem, meu caro Paiakan, quatro ajuntamentos polítoicos, nem sempre homogêneos, estão se fortalecendo nas eleições deste ano, para chegar com fichas na disputa de 2026.
De um lado, por exemplo, o governador João Azevedo fez, claramente, um investimento de peso, para manter aliança com o Progressistas do deputado Aguinaldo Ribeiro, o PSD da senadora Daniella Ribeiro e, especialmente, o Republicanos do deputado Hugo Motta, além, obviamente, de turbinar o crescimento se seu partido, o PSB, em todo Estado.
De outro lado, há um agrupamento que se insinua como oposição ferrenha a João, capitaneado, neste momento, pelo senador Efraim Filho (União Brasil), o MDB do senador Veneziano Vital do Rego, com partidos de menor octatagem de aliados, a exemplo do PSDB de Pedro e Cássio Cunha Lima, que não pode ser subestimado, e o Podemos do vacilante Romero Rodrigues e o multicandidato Ruy Carneiro.
Mas, esse cenário, por sí só, não define o quadro. Há um esforço do PT de Luiz Couto, Ricardo Coutinho e Luciano Cartaxo, que tenta se credenciar no páreo, apesar do calvário de um desgaste político, especialmente do ex-governador que, aparentemente, recuperou um tanto de sua imagem, mas talvez numa proporção insuficiente para retomar algum protagonismo. O partido, na verdade, depende muito de como o presidente Lula estará no pleito.
Por último, mas também não desprezível, o agrupamento mais à direita, liderada, especialmente, pelo deputado Cabo Gilberto, mas também o ex-ministro e pré-candidato Marcelo Queiroga, com outras lideranças como Wallber Virgolino. A proposta é, principalmente, ser contraponto ao PT de Lula, aspirando pelo empuxo que o eventual prestígio do ex-presidente Bolsonaro possa oferecer nas urnas deste ano.
Na seara de João, grandes chances da apresentação de uma chapa tipo Cícero Lucena ao Governo do Estado (caso, obviamente, seja reeleito), ou o próprio vice Lucas Ribeiro, com o próprio Azevedo e Hugo Motta disputando o Senado. Nesse cenário, a curiosidade é saber como Daniella irá se apresentar no pleito. E há o interesse do deputado Adriano Galdino entrar no jogo da disputa ao Governo.
No agrupamento de oposição, não será exagero prever uma candidatura de Efraim do Governo do Estado, especialmente após a vacilação de Romero na prolongada novela que protagonizou na pré-campanha em Campina. Ao Senado, nomes como de Veneziano e, talvez, até o próprio Cássio. O prefeito Bruno Cunha Lima (se reeleito) talvez se insinue para a majoritária.
Pelo PT, o nome de maior expressão, nas atuais circunstâncias, é o ex-governador Ricardo Coutinho que, convenhamos, não mete mais medo aos adversários, após duas derrotas seguidas em 2000 (ficou em 6º na disputa pela Prefeitura) e, em 2022, quando perdeu fragorosamente a disputa ao Senado. E tem Cartaxo, caso seja eleito prefeito.
Pela ala mais à direita, já há o nome lançado do Cabo Gilberto para disputa ao Governo. Ainda é cedo pra esse tipo de especulação, mas, de qualquer forma, ele coloca seu nome em evidência e, hoje, é um dos parlamentares de maior destaque da bancada da Paraíba, em sua seara ideológica. Mais uma vez: a força desse agrupamento vai depender muito do cacife de Bolsonaro. E tem Marcelo Queiroga que, se eleito prefeito, sai muito fortalecido para 2026.
Mas, não de pode bater o martelo nesse desenho, meu caro Pasiakan, a depender do resultado das urnas de outubro, não se descarta certa prevarição, sujeito a troca de partidos e aliados, nesse período que vai dos pós-eleitoral de 2024, para o verdadeiro teste sobre quem, realmente, tem liderança estadual, em 2026.