SEGUNDO QUAEST… Por que Luciano Cartaxo está com uma rejeição tão elevada na disputa pela Prefeitura?
Há uma curiosidade na recente pesquisa Quaest veiculada pela TV Cabo Branco, meu caro Paiakan. A elevada rejeição do candidato Luciano Cartaxo (44%), bem acima dos demais concorrentes. Cícero Lucena (Progressistas), por exemplo, vem com 25%. Então, impressiona a situação do deputado petista nesse momento da disputa.
Ora, Cartaxo cumpriu oito anos de mandato como prefeito e com elevada aprovação. Pelo menos a julgar pelas pesquisas então divulgadas. Por isso, já tinha sido surpreendente a sua eleição à deputação estadual, com uma votação considerada pífia, há dois anos, que nem de longe fez jus ao que se imaginava ser seu cacife eleitoral.
Mas, com um índice de rejeição dessa magnitude, Cartaxo não tem posição confortável na disputa, apesar de vir em 2º na pesquisa Quaest de intenção de voto. Se bem que tem apenas 12%, um percentual muito distante, aliás, de Cícero que estaria com 53% e, se a eleição fosse hoje, poderia, até liquidar a fatura já no 1º turno.
Mas, a indagação que persiste é: por que Cartaxo está com uma rejeição tão elevada? Seria por conta da arenga interna no PT que revelou certa arrogação na disputa contra a deputada Cida Ramos, e extrapolou os muros do partido? Ou seria, como já se especula, seu apadrinhamento pelo ex-governador Ricardo Coutinho?
Ora, Ricardo Coutinho vem de pesadas derrotas nas últimas eleições: pela Prefeitura, há quatro anos, quando acabou em 6º na disputa, e ao Senado, quando perdeu feio, até mesmo para a secretária Pollyanna Dutra. A impressão é que a marca d’água imposta pela Operação Calvário contribuiu decisivamente para esse fraco desempenho…
E talvez ainda contribuia. Se assim for, a rejeição de Cartaxo pode ser atribuída, em parte, a essa parceria exótica com Ricardo Coutinho, que, de forma indireta, participa da chapa indicando a própria esposa, Amanda Rodrigues, como vice. O fato é que a rejeição de Cartaxo é alta, e, dificilmente, reduzirá ao longo da campanha…
Aliás, a história mostra, meu caro Paiakan, que a rejeição (vale todos os candidatos) tende, em verdade, a aumentar ao longo de uma campanha. Ultrapassar a marca dos 50%, então, seria o golpe final.