Como Cássio em 2002: Veneziano busca apoios para enfrentar RC
O ex-prefeito Veneziano cumpre a sina de um candidato de oposição típico. Busca na praça os apoios necessários para a caminhada até as urnas de 2014. Um deles o deputado Ricardo Marcelo, presidente do PEN e dono de um espólio político importante de deputados e, atualmente, liderança em ascensão no Estado.
Ricardo Marcelo, a preço de hoje, é o fiel da balança. Talvez não ainda do ponto de vista eleitoral, mas certamente político. Seu desempenho à frente da Assembleia o credencia, especialmente, por suas posições de independência em relação ao Executivo, um fenômeno raro na cena política da Paraíba. Está em alta.
Não está claro o que pretende Marcelo nas urnas de 2014. Mas, mantida a atual batida, será peça fundamental na disputa. Já Veneziano cumpre um itinerário algo similar ao palmilhado por Cássio Cunha Lima em 2002, quando também partiu de Campina, para enfrentar (e vencer) o candidato oficial do Governo, Roberto Paulino.
Há algumas diferenças sutis, mas expressivas. Cássio foi prefeito até abril daquele ano, para renunciou para entrar na disputa, já então na condição de candidato favorito. Veneziano entra na disputa sem mandato com mais de um ano e meio de antecedência do pleito. Mas, parte de Campina, onde exerceu mandato aprovado.
Cássio desafiou o então governador Zé Maranhão, que tinha elevados índices de aprovação popular, tanto que foi eleito senador com votação recorde. Veneziano desafia o governador Ricardo Coutinho, ora muito desgastado, mas com os cofres cheios e, aparentemente, disposto a tudo para emplacar a sua reeleição em 2014.
São muitos os detalhes e as variáveis nessa equação que se inicia para a disputa das urnas. Resta saber o quanto Veneziano terá de musculatura para atrair apoios (como o de R Marcelo), manter a chama do carisma pessoal junto ao eleitorado e, especialmente, sobreviver ao bombardeio bancado pelo governador e sua mídia.
E resta saber, por outro lado, quanto RC irá traduzir dessa montanha de dinheiro (que diz ter em caixa) nos votos necessários para enfrentar o candidato de oposição. E se conseguirá, ao longo de 2013 e até a travessia das urnas, reverter o desgaste que angariou com tanta competência nos dois primeiros anos de administração.