SEM GRANDES NOVIDADES Adesões de 2º turno guardam certa coerência ideológica e sinalizam cenário para 2026
O anúncio em cascata de apoios aos candidatos que disputam o 2º turno em Campina Grande e João Pessoa, meu caro Paiakan, guarda certa coerência, na maior parte dos casos. De um lado, um espectro ideológico mais à esquerda, de outro, mais à direita. Ou seja, sinaliza certa polarização inspirada na emulação entre Lula e Bolsonaro.
Em Campina, Bruno recebeu apoio do Avante, já esperado, além de manter os parceiros de 1º turno, como Pedro e Cássio Cunha Lima (PSDB), além dos senadores Efraim Filho (União) e Veneziano Vital do Rego (MDB).
Por seu turno, Jhony Bezerra (PSB) atraiu para sua candidatura grande parte do PCdoB de Inácio Falcão, o PDT de André Ribeiro e o PSol do Professor Nelson, os três ex-candidatos. A liga dos apoios, neste caso, aparentemente foi o governador João Azevedo.
Em João Pessoa, algumas divergências, como o racha entre PSDB de Pedro, que anunciou apoio a Marcelo Queiroga (PL) e o Cidadania, que decidiu seguir com Cícero Lucena (Progressistas). Cícero recebeu apoio do PT, a despeito da rejeição de Luciano Cartaxo em seguir o partido e também manteve os aliados de 1º turno, com o governador João Azevedo, talvez seu maior cabo eleitoral.
Marcelo Queiroga conseguiu atrair para sua campanha o União Brasil do senador Efraim e o deputado e ex-candidato Ruy Carneiro (Podemos). Reforços já esperados, dadas as maiores afinidades desses atores com os candidatos, afora a óbvia aversão de Ruy a Cícero Lucena. Não se pode também desconhecer o peso que o Pastor Sérgio impôs à chapa de Queiroga.
De forma que, pelo menos até o momento, as adesões seguem uma certa lógica ideológica, tendo João Azevedo como ator importante nessas definições. Em Campina, João não apenas apoia Jhony, como é adversário de Bruno e seu entorno. Em Jampa, da mesma forma. João apoia Cícero, e se põe contra MDB de Veneziano, União Brasil de Efraim, dentre outros.
Essa divisão de forças entre esquadrões rivais, meu caro Paiakan, parece também ser uma sinalização para a disputa de 2026, nos cenários que estão se montando.