VAI À JUSTIÇA Lira reage contra indiciamento de Cabo Gilberto e Van Hattem e anuncia processo contra delegado da PF
O deputado Artur Lira (Progressistas-AL) saiu em defesa dos deputados Cabo Gilberto (PL) e Marcelo Van Hattem (Novo-RS), após terem sido indiciados pela Polícia Federal, em função de críticas ao delegado Fabio Shor, da tribuna da Câmara.
Shor é o responsável pelo inquérito que trata da tentativa de golpe em 2022, e decidiu indiciar os dois deputados após ser alvo de críticas. Hattem chegou a afirmar que Shor fraudou procedimentos “para incriminar pessoas inocentes”. Discurso reverberado pelo Cabo Gilberto.
Durante fala na Câmara, Lira admitiu ver “com grande preocupação as recentes investidas” da PF para investigar parlamentares por discursos proferidos na tribuna: “Os dois deputados apenas se utilizaram das prerrogativas constitucionais de imunidade parlamentar.”
“As duas falas que aconteceram não merecem o tratamento que estão tendo da Polícia Federal. O deputado Van Hattem e o deputado Gilberto Silva não são merecedores dos inquéritos e dos indiciamentos”, acrescentou.
O presidente da Câmara também defendeu o pleno exercício da liberdade de manifestação do pensamento. Pior: antecipou que a procuradoria da Câmara deverá processar o delegado por “abuso de poder”.
“Esta Casa chegará aos últimos limites para que respondam por abuso de autoridade aqueles que infringirem as prerrogativas parlamentares”, pontuou.
E arrematou: “Esta presidência respeita, por mais que discorde de determinadas falas, às vezes até faço de conta que não as ouço para não aumentar o debate, nem polemizar com quem eu acho que não tem razão. Mas tenho a obrigação de respeitá-las, porque esta tribuna é inviolável.”
Pra entender – Em sua fala, Van Hattem acusou o delegado da PF de produzir “relatórios fraudulentos”, para manter Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais do governo Bolsonaro, preso: “É um abusador de autoridades.”
Cabo Gilberto reagiu em suas redes sociais: “Fui indiciado pela Polícia Federal do Lula, a mesma Polícia que o ministro da Justiça falou que estava a serviço do presidente Lula? Roubei? Matei? Trafiquei drogas? Pratiquei corrupção? Não! Apenas cumpri com o meu dever.”