Só união salva as oposições em 2014
Em política, quem é coxo parte mais cedo. É o que aparentemente está ocorrendo nesse momento com as oposições na Paraíba. Num dia, o ex-prefeito Luciano Agra anuncia, em périplo pelo Sertão, a necessidade de união das oposições para enfrentar o governador Ricardo Coutinho. De quebra, “oferece” seu nome como possibilidade de candidatura ao Governo para 2014.
No outro, o senador Vital Filho vem no mesmo diapasão, advogando a necessidade de união das forças de oposição para a disputa do próximo ano. Dois agrupamentos de oposição, um mesmo discurso. De permeio, a constatação de que, ou as oposições se unem, ou serão inapelavelmente atropeladas pelo governador. O princípio da reeleição, como se sabe, favorece quem está no mandato.
É notório que RC se encontra extremamente desgastado. Seu Governo não consegue apresentar resultados convincentes na segurança pública, onde João Pessoa pontua como a 9º cidade mais violenta do mundo. Sua performance é igualmente questionável na educação, após fechar mais de 200 escolas, deixar mais de 100 mil jovens fora da sala de aula e não honrar o plano de cargos dos professores.
Na área de saúde, segue com graves problemas, mascarados pela terceirização de hospitais. E tem um contencioso pesado com o funcionalismo, especialmente em categorias como procuradores, pessoal do Fisco e policiais, apenas para citar três das categorias que mais se queixam. E, pior, não há rigorosamente nada no horizonte que sinalize para mudanças determinantes nessas áreas.
O governador, claramente, aposta num pacote de obras. Boa parte delas vem do governo anterior, outro tanto são obras com recursos federais e as demais fazem mais parte de um pacote de mídia. Há mais ficção do que realidade. Pelo menos até agora. Mas, é nesse particular que ele arrisca as suas fichas, além, é claro, de carimbar o apoio do senador Cássio Cunha Lima ao seu projeto de poder.
Obras algumas vezes surtem efeito, quando a população identifica benefícios claros com elas. Vai depender muito da competência de seu marketing. Mas, o fato do governador estar desgastado, e apostar as fichas apenas com as obras, não se pode subestimar a força da máquina, o peso da caneta. É isso que, aparentemente, estimula as oposições a antecipar a peregrinação pelos corações e mentes dos paraibanos. Foi o que Agra começou em Cajazeiras, há poucos dias.
E é o que promove o PMDB em torno da candidatura de Veneziano. Resta saber se as oposições terão competência para convencer o eleitorado que representam de fato um projeto consistente para o Estado, inclusive com chances de vitória. E se terão desprendimento e competência para se unir. Porque, mesmo com RC desgastado, se as oposição estiverem fragmentadas, ele partirá como favorito.