Por que PDT, PTB, Cartaxo e até Cássio rejeitam Santiago?
A essa altura do campeonato, o ex-senador Wilson Santiago deve estar avaliando sua disposição de deixar o PMDB. No curto espaço de uma semana, Santiago comemorou um homeopático convite do ex-presidente Lula para se filiar ao PT, mas teve de amargar alopáticas doses de rejeição ao seu ingresso em vários partidos.
No PDT, por exemplo, Santiago encontrou barreiras. Está claro que o deputado Damião Feliciano não quer abrir mão de seu controle sobre o partido que pode até não participar de eleições, como ocorreu em Campina, no pleito passado, mas Damião está muito feliciano sozinho na legenda, e não deseja dividir seu comando com Santiago.
Veio a reação dentro do PTB, com quem Santiago travou entendimentos. Até recebeu algum sinal positivo de Armando Abílio, mas não encontrou guarida no restante do partido. A reação mais forte veio do ex-candidato a prefeito de Campina, Artur Almeida (Bolinha), que ameaçou: “Se ele (Santiago) entrar, eu deixo o partido.”
Na esteira do suposto convite de Lula, veio a reação emblemática do prefeito Luciano Cartaxo, a estrela mais luminosa do PT na Paraíba. Cartaxo admitiu que a filiação de Santiago pode ser bem vinda ao partido, mas enviou o recado que o ex-senador não queria ouvir. Ele ingressa no PT, mas não para ser candidato em 2014.
Porém, o questionamento mais forte de todos veio, surpreendentemente, do senador Cássio Cunha Lima. Ao avaliar o namoro de Santiago com RC, mandou um aviso. Disse que nada tinha contra ele, mas afirmou que havia outros na fila, como Ruy Carneiro, Cícero Lucena e Rômulo Gouveia. Em resumo, não aceita que Santiago fure a fila. E, como sabemos, RC está refém de Cássio para 2014.
Diante desse cenário, digamos, insalubre, é bem possível que Santiago reconsidere sua pendenga com o PMDB. Afinal, é o partido que ainda oferece espaço, inclusive, para uma eventual candidatura ao Senado. Diferente dos demais, onde a resistência ao seu projeto chega a ser constrangedora.