Os eflúvios da Páscoa voltaram a inspirar o vidente cego, Gilvan Freira, a comentar o comportamento do governador João Azevedo na condução de sua articulação política quanto à disputa de 2026, e de como terá que administrar interesses os mais diversos, dentro de uma aliança heterogênea. Confira íntegra…
João Azevedo virou sábio, mesmo convivendo com pessoas espertas e sabidas. Ele é politizado, mas não é político, ou seja: conhece o ambiente, não o refuga, mas parece não querer aderir a todas as regras dessa seita de muitos deuses e poucos santos.
Ao menos nas regras de sobrevivência na selva e de defesa pessoal, João conhece, senão já teria sido tragado pelos demônios à sua volta e pelas feras que dominam as suas cercanias.
Mas, porque sem ser político de raiz e sem ser exorcista de profissão, João consegue afastar os bruxos e dominar as feras?
Primeiro, João sabe dar comida às hienas para não ser devorado por elas. Conhece bem o cardápio, o mesmo que Ricardo Coutinho usou para amansar seus cãezinhos amestrados que fizeram em conjunto um furacão moral na administração pública.
Depois, João, ao que também parece, não tem o dom de roubar, e por isso não se sujeita a pagar pedágio a mal-intencionados colaboradores plantonistas.
É assim que o governador vai escapando de arapucas, ciladas, dentes afiados e danças satânicas da feitiçaria. Até onde ele quer chegar?
João quer preservar a sua incolumidade eleitoral, após duas eleições majoritárias vencidas. Não quer morrer à beira-mar, olhando solitário o sol nascente de João Pessoa: quer governá-la com a mesma destreza política que governa a Paraíba – sem arrogância, sem perseguições e sem degradação moral.
O processo político para com o estilo enigmático do governador. Nem ele se abre nem ninguém adivinha: tudo depende dele. Até agora, somente Cícero consegue ouvir e falar ao ouvido da esfinge – e é a partir daí que o mistério vai se desfazendo. Afinal, Cìcero é um monge que também “é assim” com os oráculos.
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