STF NO OLHO DO FURACÃO… Após matéria de revista, decisões de Moraes e nota de Barroso sobre “derrotamos o bolsonarismo”

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal inicia, nesta terça-feira (22/04), o julgamento do chamado Núcleo 2 dos indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe. Mas, um tanto diferente do aconteceu, há algumas semanas, quando acatou a denúncia do Núcleo 1, que incluiu o ex-presidente Bolsonaro, o Supremo está, hoje, nos holofotes do mundo. E não exatamente com uma boa imagem.

Neste espaço de tempo, os ministros Alexandre de Moraes e Roberto Barroso, presidente do STF, entraram no olho do furacão. Moraes foi apontado pela prestigiada revista britânica The Economist, como um juiz popstar, que estaria extrapolando de seus poderes na Suprema Corte, que também é apontada como um tribunal que tem, segundo a reportagem, exorbitado em suas prerrogativas, avançando nos demais poderes.

O pior veio com a nota do ministro Barroso. De um lado, afirmou que o Brasil vive a normalidade democrática supostamente por conta do trabalho do tribunal. De outro, negou ter proclamado o tal “nós derrotamos o bolsonarismo”, relatado pela revista, que teria publicado “defeated Bolsonaro” (derrotamos Bolsonaro). O efeito colateral foi imenso. O vídeo com suas declarações “nós derrotamos o bolsonarismo” voltou a viralizar na Internet.

De permeio, Moraes passou a confrontar a Justiça da Espanha, por ter negado extradição para o blogueiro Oswaldo Eustáquio, alegando que não existe crime de opinião na legislação espanhola, e, de quebra, deixou explícito que se trata de perseguição política por parte do ministro. Em retaliação, Moraes negou extradição do traficante búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, condenado pela Justiça da Espanha por traficar, de uma só vez, 52 quilos de cocaína.

Moraes não apenas negou pedido da corte espanhola, como ainda o traficante mandou pra casa. Lembrando que ele se refugiou em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, numa região muito afetada pelo tráfico de drogas. Não satisfeito, o ministro ainda deu um prazo, já vencido, de cinco dias para a embaixadora da Espanha se retratar pela sua Corte Suprema não ter extraditado Eustáquio e, pretensamente, não ter exercitado a reciprocidade jurídica.

E, em meio a todo esse ruído internacional, eis que o presidente Lula resolveu colocar mais combustível na fogueira, ao, não apenas conceder asilo à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, mas também mandar avião da Fab fazer seu translado para o Brasil. Resultado: Lula, que não precisava disso neste momento de baixa popularidade, foi literalmente desancado pela mídia peruana, fazendo ainda relembrar a Lava Jato e as traquinagens da Odebrecht.

É neste clima que a Primeira Turma do Supremo inicia, hoje, a análise se acatará ou não denúncia da PGR contra suspeitos de integrarem um plano de tentativa de golpe.