O ex-senador Cássio Cunha Lima volta à mídia nacional. Em entrevista ao Correio Braziliense, desta terça-feira (22/04), Cássio, que recentemente trocou o PSDB, pelo PSD de Gilberto Kassab, fala de sua experiência como constituinte, destaca os avanços da Constituição de 1988, critica atos extremos de autoritarismo, defende a democracia e diz não ver como tentativa de golpe os atos de 8 de Janeiro.
Diz o ex-senador: “Não vejo como golpe. Foi uma ação de vândalos e irresponsáveis, que precisam ser punidos. Mas não havia qualquer estrutura para um golpe. O presidente Lula já havia nomeado os comandantes das Forças Armadas. Um golpe não ocorre sem apoio militar. Foi um ato grave, que precisa de resposta firme, mas não se pode condenar no atacado.”
Cássio também critica o que chama de dosimetria nas condenações, citado o caso da cabeleireira Débora Rodrigues, condenada a 14 anos (nos votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino) pelo Supremo: “A dosimetria das penas precisa ser respeitada. O caso da Débora, por exemplo: mãe de duas crianças, presa por dois anos por escrever “perdeu, mané” com batom numa estátua, me parece um exagero.”
E sobre o recente debate em torno de um projeto de Anistia para os envolvidos no 8 de Janeiro, Cássio pontua: “Os pedidos de anistia decorrem de exageros nas penas. O caso da Débora é simbólico. Não conheço os autos, mas segundo a Imprensa ela ficou dois anos presa preventivamente. Que risco ela representava? A pena foi excessiva. Isso alimenta o movimento pela anistia.”