PENSAMENTO PLURAL Vamos fugir para o Brasil, por Emir Candeia

Em seu texto, o professor Emir Candeia relembra esta frase dos filmes de gângster, quando o bandido estava em dificuldades e sugeria uma fuga para o Brasil como saída estratégia para escapar das  garras da Justiça. Esse é o mote, diante da recente decisão do Governo Lula anunciar a concessão de asilo política para a ex-primeira-dama do Peru, que foi condenada pela justiça daquele País a 15 anos de prisão por corrupção. Confira íntegra…

Vamos fugir para o Brasil, frase era usada em antigos filmes de gângsteres, quando o bandido estava para ser preso.

1. Proteção a criminosos estrangeiros: o caso da peruana
Começa destacando a concessão de asilo político a uma condenada por corrupção no Peru, algo que, segundo a crítica, não se justifica juridicamente, pois se trata de crime comum, sem traço de perseguição política. A atitude do governo brasileiro, que financiou o transporte e deu acolhida, é vista como um aceno escancarado à impunidade — inclusive além das fronteiras nacionais. aqui vale lembrar que a condenação pela justiça do Peru foi em virtude dos desdobramentos da Operação Lava Jato

2. O desmonte da Lava Jato
A operação Lava Jato, a maior investigação de corrupção da história do país, demonizada e desmontada, mesmo após revelar o maior escândalo de desvio de recursos públicos do mundo moderno. Essa ação revela uma rendição do Estado à lógica do crime político, em que se desmonta o que combate a corrupção em nome de conveniências políticas.

3. Decisões judiciais controversas
O episódio da prisão domiciliar concedida por Alexandre de Moraes a um traficante internacional de drogas (pego com 52 kg de cocaína) é apresentado como exemplo gritante do abismo entre justiça e justiça efetiva. A brandura da decisão enfraquece o combate ao narcotráfico internacional, expondo o país como território confortável até para criminosos estrangeiros.

4. A reabilitação de Lula como símbolo da inversão moral
A crítica atinge o ponto alto ao citar a condenação de Lula em quatro instâncias — com provas sólidas — e sua posterior libertação por tecnicalidades jurídicas, transformando-se de inelegível em presidente. Essa reviravolta transformou a Justiça em instrumento de conveniência política, não mais um pilar da democracia.

5. Símbolo cultural da impunidade
A frase “Vamos fugir para o Brasil”, usada em antigos filmes de gângsteres, é resgatada como metáfora do que o país estaria se tornando: um reduto confortável para criminosos que buscam proteção institucional, impunidade garantida e justiça relativizada.

A crítica reflete um sentimento generalizado de descrença na justiça e nas instituições brasileiras, principalmente quando decisões judiciais parecem beneficiar seletivamente determinados indivíduos ou grupos. A percepção de que o crime compensa, especialmente para quem tem poder ou conexões, corrói o pacto social.

 

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