PENSAMENTO PLURAL Política na Paraíba em 2026: é onda ou é partícula, por Emir Candeia

O professor Emir Candeia se fundamenta em recente postagem do Blog, trazendo o dilema do governador João Azevedo para manter a unidade de sua base política, diante do excesso de candidatos para poucas vagas da chapa majoritária: “O esquema do governador, como bem apontado, enfrenta um problema : mais candidatos do que vagas.” Confira íntegra… 

Lendo Hélder Moura. Na política, como já disse em outra ocasião, as vagas não estão “abertas” como se pensa. Elas estão, na prática, previamente asseguradas aos que já detêm poder — seja por mandatos, estrutura partidária, visibilidade na mídia ou acesso ao fundo bilionário que movimenta campanhas.

Quem está fora do círculo de poder, raramente entra. A regra é simples: quem tem estrutura, emenda impositiva, cargos e tempo de TV, domina o jogo. É como diz Helder Moura, citando uma máxima da física clássica: “dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo.”* Na política, isso é quase uma lei da gravidade — se alguém entrar, outro vai ter que sair.

Mas… e se entrarmos no mundo da física quântica?
A física moderna, especialmente a quântica, nos apresenta um paradoxo interessante: a dualidade onda-partícula. Uma partícula pode se comportar como uma onda — e vice-versa. Traduzindo isso para o universo político: um pré-candidato pode ser “partícula”, com base concreta e votos garantidos, ou pode ser apenas “onda”, espalhada, difusa, sem densidade eleitoral real.

Ou seja, nem todo nome é viável — ainda que pareça promissor. O que falta a muitos é o que Helder chama de “viabilidade eleitoral”. Isso não é só estar na chapa, mas ter densidade, enraizamento, reconhecimento e lastro político.

O dilema de 2026 na Paraíba
O esquema do governador, como bem apontado, enfrenta um problema : mais candidatos do que vagas. Mas em política assim como não se faz omelete sem quebrar ovos. Em algum momento, o grupo vai ter que escolher: ou acomoda, ou corta. E quem for “onda demais” e “partícula de menos”, provavelmente, será descartado.

A dúvida que fica é: os que sobrarem na curva, continuam no barco ou viram dissidência? Porque se não ocupam espaço político agora, vão buscar um outro — ou tentar provocar interferência na onda dominante.

 

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