Em nota enviada ao Blog, o escritor Palmarí de Lucena, provocado pela curiosidade dos leitores, explica que iniciou o projeto de escrever 50 cartas apócrifas, publicadas neste espaço, para formar uma coletânea, como uma forma de expor seu pensamento em relação a vários temas da atualidade, valendo-se de personagens que fizeram e fazem História.
Diz: “Incentivado por amigos e colegas leitores, decidi reunir cinquenta cartas apócrifas em uma única antologia. São textos que escrevi ao longo do tempo, assumindo as vozes de figuras históricas, filosóficas, artísticas e religiosas — sempre com liberdade poética, mas em sintonia com o pensamento e o espírito de cada personagem.”
“Não se trata de imitação, tampouco de paródia. São cartas imaginadas, mas ancoradas em realidades que nos atravessam: a crise da democracia, os dilemas da educação, a banalização do sagrado, o poder, a ética, a memória. Através dessas vozes, falo também com a minha — ou talvez descubra, entre elas, pedaços do que penso e sinto”, pontua.
E arremata: “A proposta não é ensinar, e sim provocar. Convidar o leitor a escutar o eco do passado em nossas inquietações atuais. E, quem sabe, perceber que as perguntas mais importantes seguem sem resposta — ou ganham outras formas de ser perguntadas.”
Palmarí – Nascido em João Pessoa, Palmarí migrou para os Estados Unidos em 1964, onde iniciou uma longa militância da defesa dos direitos civis e na guerra contra a pobreza na Califórnia dos anos 1960. Trabalhou com programas anti-drogas e terminou por ascender a cargos públicos na Prefeitura e no Estado de Nova Iorque.
Ocupou por doze anos cargo sênior no Sistema das Nações Unidas, onde atuou como chefe da Divisão para América Latina e Caribe do Escritório de Serviços para Projetos das Nações Unidas.Além de ter sido o primeiro estrangeiro residente nos Estados Unidos a ser nomeado para um cargo de confiança no governo municipal de Nova Iorque.
Após deixar o serviço público em 1980, incorporou-se a agências humanitárias na África, América Latina e Caribe, atuando por 13 anos em áreas de extrema carência, em meio a muita miséria, exclusão e conflitos permanentes. Seu trabalho teve o recohecimento de Madre Teresa de Calcutá, Jimmy Carter, Oscar Árias Sanchez e Mandela.
Aposentado, Palmarí passou à produção cultural. Em 2011, lançou seu livro de crônicas “Nem aqui, nem ali, nem acolá” e, desde então, tem publicado artigos em blogs e jornais, sempre na coerência de pensamento antenado com os problemas da modernidade, e tornou-se um dos maiores cronistas paraibanos da atualidade.