Greve na UEPB: RC diz que não repassa “um centavo a mais”
A paralisação dos funcionários da Universidade Estadual da Paraíba se tornou um impasse de difícil solução. De um lado, os funcionários cobram uma reposição salarial de 17%, melhores condições de trabalho, infraestrutura e a autonomia. De outro, o reitor Rangel Júnior diz não haver condições materiais para a concessão do aumento, nem o atendimento das demais reivindicações.
Para coroar, o governador Ricardo Coutinho afirma, categoricamente, que não irá “repassar nem mais um centavo do que o Estado já coloca na Universidade”. Ele alega que não pode aumentar os repasses do Estado. Ou seja, não há saída. Foi em síntese o que aconteceu nesse dia de manifestação dos funcionários na Assembleia, e das declarações fornecidas pelo reitor e pelo governador.
O impasse levou os deputados a cobrarem uma posição do Governo, para encerrar a paralisação, iniciada em fevereiro. Segundo o deputado Anísio Maia, “o governador não tem interesse em resolver o problema, porque ele tem uma forma ultrapassada de ver educação”. E lembrou como, desde que “ele assumiu o Estado, a Universidade perdeu a sua autonomia, uma conquista da comunidade acadêmica”.
Ficou claro também, ao longo dos debates, como o reitor Rangel Júnior, muito diferente da ex-reitora Marlene Alves, não demonstra ter altivez para cobrar do governador os repasses previstos na lei da Autonomia da UEPB. Pelo que insinuaram alguns sindicalistas, nesta quinta (dia 14), “Rangel fez acordo com o Governo para assumir a Reitoria e perdeu a sua própria autonomia”.
A Assembleia decidiu programar, para o próximo dia 19 (terça-feira), sessão especial para discutir a situação da Instituição. Os deputados já decidiram, inclusive, convocar o governador, os secretários de Educação, Finanças e Planejamento, o reitor Rangel Júnior, representantes dos funcionários da UEPB e até mesmo o Ministério Público. A ideia é abrir a caixa preta da Universidade, especialmente no capítulo dos repasses.