Vaias demonstram o humor do paraibano em relação ao governador
O excelentíssimo governador Ricardo Coutinho já começou errado, quando requisitou 200 ingressos para ele e sua trupe irem ao estádio Amigão, assistir à final da Copa do Nordeste. Foi um exagero, que irritou até aos torcedores. Depois, não era momento de pegar carona numa festa que era do esporte, ou mais precisamente do Campinense Clube.
Por fim, avaliou muito mal sobre sua (im)popularidade em Campina Grande. Talvez tenha julgado que após colocar algumas máquinas do DER para obras de politicagem isso já seria suficiente para o campinense esquecer toda a perseguição à cidade. Resultado: tomou estrepitosas vaias em pleno estádio. A nona, desde que assumiu o Governo.
E os torcedores que estavam em campo foram muito além. Primeiro, apuparam e muito o governador e sua trupe, logo que o locutor anunciou sua chegada ao estádio. Depois, quando o locutor (talvez até por maldade) anunciou novamente do nosso ínclito, preclaro e insigne governador em campo, voltaram os apupos, desta vez ampliados e multiplicados.
Dentre as vaias que o governador já tomou, constam os apupos em um circo (Tihany), no Espaço Cultural durante encontro com professores, na procissão de Nossa Senhora das Neves, no estádio do AutoEsporte, no Almeidão ao anunciar assinatura de ordem de serviço, na recente visita da presidente Dilma à Paraíba e, agora, no Amigão, quando todo o Brasil acompanhava a final da Copa Nordeste.
As vaias são um sinal claro do humor do paraibano em relação ao governador. E talvez sejam um recado contra as demissões de mais 30 mil servidores, à tentativa de enganar ao cidadão quando disse que o Estado estava quebrado, à perseguição aos médicos, policiais, pessoal do Fisco, funcionários do Ipep. São também recado contra a escalada de violência, que se confronta com os números oficiais do Governo.
As vaias são um recado claro do cidadão que não aceita ser enganado, quando se defronta com uma realidade mais do que evidente.