E a verdade é que o julgamento do ex-presidente Bolsonaro tem se tornado um dos assuntos mais comentados, não apenas na mídia nacional, mas também internacional.
O voto do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal, pela condenação do ex-presidente e os outros sete por uma suposta trama golpista nesta terça-feira (09/09), repercutiu em todo mundo.
Os jornais americanos New York Times e o Washington Post destacaram as manifestações de 7 de setembro, onde apoiadores foram às ruas clamando por absolvição dos envolvidos na trama golpista, como pressão contra a condenação de Bolsonaro.
O Washington Post também frisou a postura do STF de manter o julgamento, mesmo após pressão do Governo Donald Trump, e ressaltou que há possibilidade que novas sanções sejam anunciadas pelos Estados Unidos contra autoridades brasileiras, desgastando ainda mais a relação diplomática dos dois países.
A agência Reuters foi uma das primeiras a noticiar, enfatizando o fato de Moraes ter classificado o ex-presidente da República como o “líder de um grupo criminoso” que teria tentado anular o resultado das eleições de 2022. Na mesma linha, o jornal britânico The Guardian também citou essa parte do voto do ministro-relator, e ainda o espanhol El País.
A Reuters registrou a ocorrência de debate sobre quem poderá suceder Bolsonaro como principal nome da direita brasileira, uma vez confirmada sua condenação. O nome mais citado foi do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Já a revista Forbes, em sua versão no México, publicou um texto sobre os primeiros minutos do voto de Moraes, que afrmou que houve tentativa de sabotagem ao sistema constitucional, com uma trama tinha que como “objetivo muito claro” burlar o sistema de freios e contrapesos do Judiciário e “se manter no poder”.
A BBC pontuou a pressão crescente sobre Bolsonaro após o voto do ministro. Já a agência espanhola EFE deu ênfase à parte do julgamento que trata do suposto plano de atentado contra o presidente Lula (PT) e o próprio ministro Moraes, algo que, segundo o relator, está comprovado nos autos.
Voto – Em seu voto, o ministro Moraes dividiu sua manifestação em 13 pontos que narraram, em ordem cronológica, como teria atuado a organização criminosa pelo golpe.
O seu voto foi considerado duríssimo contra Bolsonaro, apontado como líder de uma organização criminosa, e pediu condenação de todos os envolvidos. Flávio Dino acompanhou seu voto.
As atenções se voltam, agora, para o voto do ministro Luiz Fux, nesta quarta-feira (10/09).