Para uma banda do Brasil sinalizada com as duras posições do ministro Alexandre de Moraes, a condenação de Bolsonaro foi justa e chegou até tarde. Para a outra bancada, identificada com o voto do ministro Luiz Fux, pela absolvição, Bolsonaro foi vítima de injustiça. E assim segue o País.
Um País naturalmente doente, acossado por uma polarização que, longe de fazer avançar a democracia, só aprofunda o fosso da discórdia. Uma discórdia expressa de forma até virulenta nas redes sociais, com troca de ofensas inspiradas pelo que cada um defende como verdade.
São duas bolhas que se conflagram. Quem está numa horda se imagina detentor de toda a verdade. Quem está na outra só pode representar o mal. De forma que o ódio termina se retroalimentando, ainda mais acirrado com o julgamento no Supremo, e seria assim, independente do resultado.
O que se pode esperar a partir de agora? A torcida é para que haja um mínimo de paz. Mas, a verdade é que, diante do acirramento dos ânimos, o risco é que essa animosidade ganhe ainda mais contornos, com o lado derrotado querendo revide, e o lado vencedor querendo tripudiar e impor sua verdade.
A verdade é que o Brasil vive um dos piores momentos de sua História, e a esperança é que, uma vez passada toda essa tormenta, haja um horizonte de paz pela frente. As novas gerações não merecem seguir esperando que o Brasil siga sendo sempre o País do futuro que nunca chega.