A deputada Cida Ramos, presidente do PT, surpreendeu a praça, nos últimos dias, ao abrir diálogo com várias pretendentes do Governo do Estado. E tem colocado como requisito número 1 o apoio à reeleição do presidente Lula.
Com isso, adota um figurino um tanto diferente, em relação ao comportamento do partido, nas últimas eleições, quando radicalizou e não se deu bem nas pesquisas.
Mais que isso: Cida especialmente afasta a legenda da influência mais radical do deputado Luiz Couto e do ex Ricardo Coutinho, que pregam um desalinhamento com os atuais grupos políticos em evidência.
Nesta linha, Cida tem conversações avançadas com o governador João Azevedo (PSB), para uma composição em torno do apoio ao seu candidato, Lucas Ribeiro (UP).
Mas, sem fechar a porta a outras composições, Cida admite dialogar também com o prefeito Cícero Lucena (sem partido) e com o deputado Adriano Galdino (Republicanos).
Sua movimentação tem objetivos claros: busca valorizar o PT para reinserir o partido no cenário da disputa, de olho talvez na indicação do candidato a vice-governador.
Mas, há pedras no caminho. O apoio a Lucas vai depender de quem assumirá o comando da federação União Progressistas. Poderá ser um complicador. O União Brasil já desembarcou do Governo Lula.
O apoio a Cícero vai depender da opção partidária do prefeito que, no retorno a Compostela, oscila entre o MDB do senador Veneziano Vital do Rego e o PSDB, onde teria o controle integral.
No caso de Galdino, os impedimentos começam dentro do Republicanos, que já tem aliança em torno de Lucas. A menos que ele deixe o partido para eventualmente se filiar ao próprio PT.
Não será tão fácil administrar todas essas variáveis, mas pelo menos Cida está tentando.