O deputado Hugo Motta (Republicanos) segue atuando no fio da navalha, tentanto agradar os gregos e troianos, com os quais se comprometeu para se eleger presidente da Câmara. Trata-se, como se pode perceber, meu caro Paiakan, de uma operação de alto risco.
Num dia, abre a pauta da Casa para votar a urgência do projeto de Anistia e agradar a Direita. Algo que causou turbulências desde o Palácio do Planalto, onde o presidente Lula externou todo seu desagrado, até o Supremo Tribunal Federal, deixando alguns ministros, especialmente Moraes, muito abespinhados.
Pois, no outro dia, após a aprovação da matéria por uma margem nada desprezível (311 a 163), nem bem assentou a poeira da véspera, eis que Motta busca agradar a Esquerda e o Supremo Tribunal Federal, indicando o deputado Paulino da Força (SD) para relator da matéria.
Ora, Paulinho tem pendências com o Supremo por traquinagens na Lava Jato, a sua Força Sindical está atolada no escândalo das fraudes contra aposentados no INSS, é próximo de Moraes, e já se manifestou contra a Anistia.
Tanto que foi logo atrás do ex-presidente Temer, padrinho de Moraes, e do deputado Aécio Neves, o Aécio do escândalo do Mensalão mineiro, para tentar ancorar, com o duvidoso prestígio (?) deles, uma saída para a relatoria conveniente do projeto de Anistia.
Ou seja, de uma só penada, Hugo desagrada um lado e outro, enquanto personalidades como Arthur Lira (UP-AL) e Eduardo Cunha agem ali nos bastidores, deixando para Motta todo o desgaste. E, nessa pisada, meu caro Paiakan, Hugo arrisca-se a não ter mais condiçoes de ir para um processo de reeleição em 2027.
E quem mais conspira contra essa possibilidade é ele mesmo, meu caro Paiakan.
