
Em sua crônica, o advogado Ronaldo Cunha Lima Filho defende que “a opinião pública continua sendo o principal motor das mudanças de tom nos veículos de comunicação”. Ou seja, que não é mídia que forma a opinião público, mas ao contrário, e cita como exemplo a recente megaoperação policial no Rio de Janeiro, que, no primeiro momento, teve um tratamento da mídia. Mas, logo depois, a mídia terminou acatando o que a opinião pública defendeu como verdade. Confira íntegra...
Não é rara a afirmação de que a mídia tem o poder de formar o gosto das pessoas e estabelecer tendências. Não disponho de dados científicos, mas a minha percepção é exatamente o contrário: são as pessoas que moldam a mídia, e não o oposto.
Um bom exemplo disso pôde ser visto recentemente, após a megaoperação no Rio de Janeiro, em que mais de 120 pessoas morreram. Praticamente todos os veículos de comunicação adotaram, inicialmente, uma postura crítica em relação à ação da polícia. A Globo, por exemplo, foi uma das que mais fustigaram a atuação das forças de segurança, operação em que quatro policiais perderam a vida.
Com o passar dos dias, as críticas foram cedendo espaço à neutralidade e, por fim, os comentários negativos desapareceram. E como isso aconteceu?
Em primeiro lugar, porque as polícias executaram uma estratégia que não resultou na morte de nenhum inocente, fato raro nos conflitos dos morros cariocas. Além disso, foram apreendidos mais de 80 fuzis, cada um avaliado em cerca de R$ 35 mil, representando um prejuízo aproximado de R$ 2,8 milhões para o crime organizado.
Ainda como resultado, mais de 90 criminosos foram presos. As mortes, todas elas, não são motivo de comemoração — não são! Mas, entre a vida de um bandido e a de um policial, fico, sem hesitar, com o segundo.
Somando-se todos esses fatores, chega-se a uma verdade inquestionável: apesar de problemas pontuais, do caos que se instalou na cidade e das vidas perdidas, a operação foi exitosa.
Pesquisas de opinião confirmaram o que o bom senso já apontava: a maioria da população carioca aprovou a ação policial. Embalada por esses números e pelas “conversas de esquina”, sabiamente a mídia recuou e, praticando o bom jornalismo, passou a se posicionar ao lado da polícia, em contraponto aos criminosos.
Confesso que me causa certo mal-estar ver amigos de esquerda praticamente colocarem os marginais como vítimas da sociedade. Nada mais falso!!! Se fosse assim, nos morros só existiriam delinquentes, já que as condições adversas atingem a todos igualmente. Mas apenas uma *minoria* escolhe o caminho do crime.
No quesito segurança pública, a esquerda brasileira está mais atrasada que o bonde de Santa Teresa. No próximo artigo, trarei dados e reflexões sobre essa equivocada relação entre falta de oportunidade e criminalidade.
E que fique claro: defendo com todo o coração a justiça social, a distribuição de renda, a educação e a qualidade de vida para todos.
Só tenho um receio: será que a frase de Lula, dizendo que “o traficante é vítima do usuário”, reflete o que ele realmente pensa? E quando defendeu os ladrões de celulares, estaria falando sério?
Alguém já contou ao presidente que, quase todos os dias, pessoas são assassinadas ao terem o celular roubado? Alguém contou a Lula que, há poucos dias, Bárbara Elisa Yabeta Borges, de 28 anos, foi morta com um tiro na cabeça enquanto passava de carro por um aplicativo na Linha Amarela, zona norte do Rio?
Sim, alguém tem que dizer ao presidente que foi um bandido armado com fuzil, que brutalmente assassinou a jovem de 28 anos. *Podemos afirmar, então, que um fuzil a menos na rua pode estar salvando uma vida inocente? Na mesma linha é lícito afirmar que um bandido a menos nas ruas, pode resultar numa vida a mais?
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