
O advogado Ronaldo Cunha Lima Filho, em seu comentário, lamenta os ataques que sofreu, nos últimos tempos, em redes sociais, apenas por postar um vídeo de sua filha no Instagram. “Confesso que fiquei confuso. Era cada despautério, cada absurdo, que demorei a compreender a motivação por trás de cada encrenqueiro”, revela Ronaldinho. Confira íntegra...
Há alguns dias publiquei no meu Instagram um vídeo gravado por Maria Fernanda, minha filhinha de 8 anos, usando meu celular, no qual apareço com uma katana, a espada japonesa, e com golpes certeiros corto a haste de um cacto que ornava minha varanda. A planta, nativa do México, era um cacto São Pedro que tem efeitos alucinógenos e é amplamente utilizado em terapias alternativas. Meu desejo era fazer algo engraçado e pitoresco, afinal não se vê com frequência a notória espada dos samurais em ação por essas bandas.
A maioria dos seguidores entendeu a brincadeira, mas uma minoria se insurgiu e partiu para o ataque. Confesso que fiquei confuso. Era cada despautério, cada absurdo, que demorei a compreender a motivação por trás de cada encrenqueiro. Uma menina se superou e disse, indignada, que eu havia cometido um crime ambiental. Outro afirmou que eu estava disseminando violência (o cacto continua vivo). Outro ainda compadeceu-se do cacto e classificou o ato como uma covardia. Me chamaram de vagabundo, débil mental e por aí vai.
Passei a refletir, tentando entender a causa de tanta fúria. Cheguei a uma conclusão: no afã de se mostrarem politicamente corretos, defendendo causas ambientais e outras mais, os agressores precisam ser vistos, e a única maneira de conseguir isso é metendo o pau no outro. Sem o insulto eles simplesmente não existem. Os elogios passam despercebidos, os insultos não. Estes atraem os holofotes.
Os haters sobrevivem da carniça, eles são a própria carniça. Eles alcançam a glória quando o ofendido responde. A indiferença do agredido é a morte para eles. As redes sociais maltratam os imbecis, os desprovidos de talento, os infelizes, os frustrados, os recalcados. Eles precisam aparecer a qualquer custo, mesmo que para isso passem um atestado de completa insignificância.
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