
O ex-deputado Pedro Cunha Lima (PSD) deixou as eleições de 2022 como um campeão de votos, meu caro Paiakan. Apesar de ter perdido para o governador João Azevedo (PSB), reeleito, Pedro obteve mais de um milhão de votos e venceu em colégios importantes como João Pessoa e Campina Grande.
Mas, desde então, Pedro tem perdido substância eleitoral. Já esperado. Dificilmente um político consegue agregar eleitoralmente, num longo período de mais quase quatro anos, sem ter um mandato. E esse era de fato o risco a correr, ao optar por não disputar as eleições do ano passado.
Agora, Pedro tenta se firmar pra voltar ao jogo. Mas, sabe que tem poucas cartas, já a partir da eventual disposição de disputar o Governo novamente. O cenário mudou em relação a 2022, quando toda a oposição cerrou fileiras com sua candidatura, que realmente surpreendeu e ameaçou a reeleição de João.
Hoje, dois outros nomes dominam a disputa pela oposição: o senador Efraim Filho (UP) e o prefeito Cícero Lucena (MDB). O espaço está restrito para uma terceira candidatura. Claro que pode arriscar uma postulação ao Governo e esperar como as pesquisas irão aferir seu campanha. Mas, convenhamos, não parece tarefa fácil.
Restaria compor com um dos dois nomes que já estão na pista. Vem, então, o impasse. Se optar por Efraim, que seria o mais natural na esteira de 2022, vai ter que encarar o pacote completo, inclusive com a parceria estabelecida pelo senador com o bolsonarismo. E ele tem demonstrado fastio em compor com a turma de Bolsonaro.
Da mesma forma, o apoio a Cícero, que persegue uma parceria com Lula em 2026, ainda mais que tem o senador Veneziano Vital do Rego (MDB) como braço direito da chapa, sendo Vené o parlamentar da Paraíba mais próximo do petista. Pedro vai então enfileirar com Lula? É um dilema.
Não foi a toa que Pedro rejeitou qualquer possibilidade de ser candidato a vice de Cícero ou Efraim. Certamente para não receber o carimbo de um lado ou de outro. Então, nesse cenário, talvez opte mesmo por uma candidatura solo para retornar à Câmara Federal. É o que está posto, meu caro Paiakan.