E se o dinheiro de Cuiá financiou a campanha de RC?
A verdade é que o governador Ricardo Coutinho não passa um bom momento. Aliás, difícil encontrar um bom momento desde que assumiu, em janeiro de 2011, inaugurando seu modo girassol de administrar com a demissão de 30 mil servidores. Desde então, tem sido um Governo de refregas com servidores, deputados e setores da Imprensa. E muitos escândalos.
Como se não bastasse o megaescândalo denunciado pela Revista Veja, envolvendo o procurador Gilberto Carneiro e suas ex-secretárias Roseana Meira e Ariane Sá, eis que a Justiça Eleitoral exuma o rumoroso Caso Cuiá de inditosa memória. O juiz Tércio Chaves, procurador do TRE, quer saber se o dinheiro da desapropriação foi usado para financiar a campanha de RC em 2010.
Como se sabe, a Fazenda Cuiá foi desapropriada, a toque de caixa, numa velocidade digna de figurar no Guiness, às vésperas das eleições, pelo valor de R$ 10,7 milhões, à empresa Arimatéia Imóveis. O tempo voou em toda a operação, da avaliação até o pagamento (em suas parcelas). Foram trinta dias de tirar o fôlego. Agora, a Justiça quer saber se foi pra dar fôlego à campanha de RC.
Há ainda a suspeita se parte desse dinheiro da desapropriação teria sido aquela apreendida (cerca de R$ 30 mil), pela Polícia Federal, no comitê de campanha do então candidato Ricardo Coutinho. A desconfiança é que o fausto financeiro verificado nos derradeiros dias da campanha de RC tinha uma origem escusa, como o dinheiro da desapropriação da Fazenda Cuiá, dentre outras traquinagens.
Agora, uma indagação se impõe: é difícil porque dinheiro não deixa rastro, mas e se restar comprovado que a grana de Cuiá financiou mesmo a campanha de RC, o que vai acontecer?