São duas vagas para três interessados diretos, meu caro Paiakan. As urnas de outubro vão indicar quem deverá passar para o 2º turno. A preço de hoje, o prefeito Cícero Lucena (MDB) estaria na prorrogação, e restaria a definição entre o vice-governador Lucas Ribeiro (UP) e o senador Efraim Filho (UP), com pequena margem para Lucas.
O que Cícero precisa para confirmar o atual favoritismo? Especialmente não errar. Além do mais, é importante pontuar que o emedebista está estacionado na casa dos 35% (na média), o que não é ruim (longe disso), mas sugere que seja este o seu teto, dando o tempo que está na praça com sua candidatura. Portanto, o seu desafio será, primeiro, manter o atual aporte eleitoral, e, depois, buscar ampliar, para garantir certa tranquilidade.
Qual o desafio de Lucas? Com uma rejeição inferior aos demais, Lucas vai precisar mostrar consistência, porque, a preço de hoje, existe a impressão que seu atual percentual nas pesquisas deriva basicamente do empuxo gerado pela gestão de João Azevedo (PSB). Lucas vai precisar mais que isso, especialmente porque muitos eleitores de Cícero também são de João, até em função da aliança que mantinham até recentemente.
E Efraim? O senador perdeu algum fôlego, pelo menos nas pesquisas até aqui divulgadas. Efraim tem apostado em ancorar sua campanha ao bolsonarismo que, obviamente, tem uma amplitude maior do que as pesquisas tem lhe favorecido. Seu desafio será atrair o máximo possível desse contingente, que não é desprezível. Mas, é um candidato obstinado e ardiloso, haja vista sua eleição ao Senado contra prognósticos contrários.
Resta aguardar ainda como se expressará a atual polarização entre Lula e Bolsonaro, e o quanto poderá influenciar na eleição estadual. É bom lembrar que o petista nunca conseguiu eleger um governador na Paraíba. Todos os que apoiou terminaram derrotados, apear dele próprio, Lula, ter saído vencedor. Sinal de que seu poder de transferência não depende apenas do alinhamento político…
Apesar de Lucas e Cícero virem tentando atrelar suas candidaturas ao projeto de reeleição do presidente Lula, quem conhece o histórico do petista, sabe que talvez seja demais esperar que ele tome uma decisão direta por um dos dois candidatos. O mais cômodo é não vir à Paraíba, para não escolher um palanque, e apoiar os dois à distância. Esta tem sido a regra, meu caro Paiakan.
Da mesma forma, para a disputa ao Senado. Dificilmente, escolherá dois, entre os candidatos aliados: Veneziano Vital do Rego (MDB), João Azevedo (PSB) e Nabor Wanderley (Republicanos). Ficará com os três e seja o que Deus quiser.
