
O deputado-presidente Hugo Motta (Republicanos) defender votação do projeto que estabelece sobre a escala de trabalho 6×1, “sem viés ideológico” chega a ser risível, meu caro Paiakan. Ora, ou é muita inocência imaginar que um tema sensível como esse não fará aflorar as diferenças ideológicas, ou é apenas espertaza pra jogar com a platéia.
Mas, foi exatamente o que defendeu Hugo, segundo o portal UOL: “O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), afirmou que pretende conduzir, em 2026, um debate “equilibrado” e sem viés ideológico sobre o fim da escala de trabalho 6×1. Segundo ele, a discussão deve envolver tanto trabalhadores quanto.” Suas declarações foram dadas à TV Câmara.
O fim da escala 6×1 é como se sabe, uma das principais apostas do presidente Lula (PT) e de partidos da esquerda para a disputa eleitoral do próximo ano. Em 2024, a pauta passou a contar também com o apoio da deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP). O governo Lula incorporou o tema mais adiante, mas nega que tenha chegado atrasado à discussão.
Portanto, meu caro Paiakan, a despeito de toda a eventual boa vontade, e até boa fé, de Motta, está evidente que o debate será contaminado pelo viés ideológico, na medida em que é uma pauta que favorece o presidente Lula, em seu projeto de reeleição. Como esperar que não haja esse debate ideológico? Só se espera que Hugo tenha o que é mais necessário: imparcialidade e equilíbrio.
O UOL lembra que, “no início deste mês, o Senado Federal deu aval a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da mudança. O texto prevê a redução da jornada semanal de 44 para 36 horas, fixa o limite de oito horas diárias e permite a organização do trabalho em até cinco dias por semana, sem corte de salários”.