CASO BANCO MASTER Oposição decide adiar para fevereiro o pedido de impeachment do ministro Moraes

A Oposição recuou da sua intenção de suspender o recesso parlamentar para protocolar mais um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes (Supremo Tribunal Federal), por suspeitas de favorecimento do Banco Master, através do escritório de sua esposa, Viviane, contratado pelo banco, por R$ 129 milhões.

O deputado Cabo Gilberto (PL), líder da Oposição, e que vem encabeçando o movimento, a decisão de adiar é para obter mais assinaturas no requerimento. Até o momento, segundo o parlamentar há a assinatura de 100 deputados federais e 14 senadores, e a meta é chegar num total de 200 assinaturas, dai decidiu adiar para fevereiro a apresentação do documento.

O parlamentar apresentou nesta segunda-feira (29/12) o documento com o pedido de impeachment. O documento, que cita reuniões de Moraes com Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, será enviado ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP).

Documento – No texto, a Oposição afirma que a atitude do ministro Moraes de procurar Galípolo, ao menos quatro vezes, para fazer pressão em favor do Banco Master, como noticiada pela jornalista Malu Gaspar, não condiz com o que se espera de uma ministro do STF. O documento pede o afastamento de Moraes e sua condenação pela Lei 1.079, de 1950, –de crimes de responsabilidade. Moraes negou a informação de Malu Gaspar.

CPMI – O deputado Carlos Jordy (PL-RJ), revelou que a oposição também irá apresentar um pedido de abertura de uma para analisar o suposto envolvimento de Moraes com o Banco Master: “Assim que voltarmos aos trabalhos legislativos já instalaremos a CPMI e assim passar tudo isso a limpo e não deixar que o Supremo Tribunal Federal, na figura de Alexandre de Moraes, continue envergonhando o nosso País.”

Denúncia – A colunista Malu Gaspar publicou, em 24 de dezembro último, que o ministro Alexandre de Moraes teria feito contatos com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em meio à crise do Banco Master. A apuração também menciona a existência de um contrato firmado entre o banco e o escritório de advocacia da esposa do ministro, o que ampliou os questionamentos sobre o caso.

Segundo a reportagem, o contrato do escritório teria sido celebrado antes da decretação da liquidação extrajudicial do Banco Master e previa a prestação de serviços jurídicos. O texto afirma ainda que Alexandre de Moraes manteve reuniões e conversas com o presidente do Banco Central em período próximo à intervenção na instituição financeira, fato que passou a ser explorado por críticos como possível indício de conflito de interesses.