Assalto a Bradesco foi 37ª ocorrência no ano e Polícia só chegou 40 minutos depois
Um assalto à agência do Bradesco, na Duque de Caxias, transformou em purgatório o centro de João Pessoa. Mas, o detalhe foi a revelação feita por um funcionário do banco ao Blog: “A Polícia só chegou ao local 40 minutos depois, quando os bandidos já tinham ido embora, e até mesmo as equipes de TVs já havia feito as suas reportagens.”
Segundo ele, “a Polícia chegou apenas para fazer o registro da ocorrência, porque, naquela hora, os bandidos já estavam longe”. Lembra o funcionário que o Comando da PM não fica a “mais de 500 metros da agência do banco, e menos de 200 metros do Palácio da Redenção, onde certamente o governador (Ricardo Coutinho) estava naquele momento”.
Outro detalhe importante é que a Duque de Caxias, naquele trecho da agência do Bradesco, não tem tráfego de veículos, o que, em tese, dificultaria a fuga dos bandidos. Mas, mesmo assim, eles não apenas assaltaram a agência, como ainda evadiram-se do local, tranquilamente, sem serem molestados pela Polícia. E ainda balearam algumas pessoas.
Esse é o retrato da Segurança Pública na Paraíba, em que o Governo do Estado se nega a conceder a promoção de mais de dois mil soldados e cabos, mesmo amparados pela legislação. O Estado em que há um colete para quatro soldados. Há armas apenas para metade dos policiais que vão às ruas. Onde oficiais são acusados de enriquecimento ilícito pela Ouvidoria das Polícias.
O retrato em que a região metropolitana de João Pessoa é considerada, por organismos internacionais, como a 10ª mais violenta do mundo, quando era apenas a 29ª nesse mesmo ranking, há dois anos. E mesmo assim, o Governo do Estado insiste em divulgar informações de ter reduzido os índices de violência com fins de propaganda política.
Informações fornecidas pelo Sindicato dos Bancários, essa foi a 37ª ocorrência verificada na Paraíba, nos primeiros três meses (e oito dias) do ano, sendo 14 explosões, nove arrombamentos, sete assaltos e sete tentativas de arrombamento/explosão. Pra se ter uma ideia, foram 63 registros durante todo o ano passado. Sendo 35 no primeiro semestre.
Os dados estão disponíveis para comparação no site do sindicato em: http://bit.ly/150nycv.