Paraíba, um Estado sitiado pela violência
A declaração do presidente da Assembleia, deputado Ricardo Marcelo, resumiu o que os paraibanos pensam de fato sobre a escalada de violência na Paraíba, que teve como ápice o cerco a Princesa Isabel: os bandidos estão muito, muito à frente do aparelho de segurança pública do Estado, e agora fazem questão de demonstrar.
Os bandidos, com sua ousadia, deixaram a população (ainda mais) atemorizada, e desmoralizaram o Governo que prometia resolver o problema da violência em seis meses. Um Governo que divulga índices de redução da criminalidade de ficção pra ludibriar pessoas de boa fé, pois que se vê é a realidade desmentindo os fajutos números oficiais.
Não existe redução nos índices de violência coisa nenhuma. A realidade mostra extamente o contrário. O número de assaltos a bancos, casas lotéricas e afins cresceu 144% nos últimos dois anos. A Paraíba tem a capital que está entre as dez mais violentas do mundo. O número de homicídios por grupo de 100 mil habitantes é o dobro de São Paulo.
Essa é a verdade. O que o governador Ricardo Coutinho precisa é de humildade pra reconhecer que, após dois anos e meio de (má) gestão, não conseguiu dar solução ao problema da violência, seja por arrogância de quem pretendia resolver tudo por decreto e golpes de mídia, seja por inapetência administrativa mesmo. Precisa admitir que fracassou.
… E então convocar forças vivas da sociedade pra enfrentar a violência, apresentando um plano consistente e exequível de combate à criminalidade. Nunca, afrontando a inteligência alheia com números fantasiosos, industrializados por burocratas que imaginam se manter nos postos, jogando com índices de ficção em vez de enfrentar a realidade.
Se o senhor governador não tiver a necessária humildade para reconhecer que falhou em sua bazófia eleitoral, estará colocando o Estado em risco permanente de outros episódios, como o ocorrido em Princesa Isabel. Enquanto isso, seguirá contratando publicitário português pra salvar sua imagem do ridículo…