A BARBÁRIE DO COTIDIANO – O que o feminicídio e a xenofobia dizem de um País doente?
A violência patrocinada pelo DJ Ivis contra sua esposa, Pâmela Holanda, mais do que um crime abominável, foi um ato de covardia de um homem contra uma mulher.
Não bastassem as agressões brutais, presenciadas pela mãe dela e também pelo bebê, a cínica tentativa de impedir a divulgação das imagens que revelaram a face de um psicopata perigoso.
É um prejulgamento? Sim, é. As imagens falam mais do que as mil palavras que ele tem utilizado em sua defesa. Não há como concordar com os atos de selvageria patrocinados por ele.
Mostra como a violência contra a mulher segue sendo patrocinada por machos covardes, em processo de afirmação, aos olhos da nação, que pouco faz para conter essa barbárie absolutamente inaceitável.
Mas, algo de muito ruim ainda estaria por vir: as declarações racistas, xenofóbicas da apresentadora Antônia Fontenelle. De primeira, ela até se mostrou indignada contra o DJ, ao defender sua prisão. Mas, em seguida, não resistiu: a passou a se referir aos nordestinos, pejorativamente, como “paraíbas”.
Passou do ponto e revela o que existe em alguns péssimos brasileiros preconceituosos que, por estarem no eixo Sul do País, e estarem profissionalmente bem, costumam enxergar os nordestinos como uma espécie de sub-raça.
Quantas não foram já os personagens que já referiram aos nordestinos dessa forma? Até mesmo em questões eleitorais, para ofender os nordestinos, como se não soubéssemos votar.
No fim, fica o amargo de uma brutal agressão seguida por uma abominável ofensa. É o retorno à barbárie.