A Copa acabou e agora? Vamos ter padrão Fifa na educação, saúde e segurança?
Eis que o Brasil acordou do sonho da Copa do Mundo e terá de seguir em frente. Só lembra que foi como um pesadelo a seleção brasileira ter sido seguidamente humilhada. Mais do que isso: foi um golpe pesado demais no amor próprio da nação. Os brasileiros vão precisar se reinventar para recuperar os brios, eis a verdade.
Os brasileiros que iniciaram a Copa com certa frieza, rapidamente entraram no clima à medida que a seleção avançava, capenga ou não. A velha esperança de que tudo será melhor. Assim, na mesma velocidade em que a esperança de vencer a Copa ganhava forma, acabaram as manifestações nas ruas, e os brasileiros foram passando a ter orgulho da Copa que se promovia.
Até o noticiário internacional era favorável, sinalizando para a realização de uma “grande” Copa, com organização, hospitalidade e partidas realmente emocionantes. Quase um padrão Fifa. Mas, bastou o revés com a Alemanha, para o País voltar a se defrontar com sua realidade que de tão surrada nem surpreende mais.
O País diante do espelho, descobrindo que seu maior pesadelo não foi ver sua seleção ser humilhada pelos alemães e os holandeses. Eles mesmos, em algum momento, também foram humilhados em situação similar. O maior pesadelo brasileiro é a volta à realidade dos problemas de sempre, que não foram resolvidos com o padrão Fifa.
Diferente deles, alemães, holandeses e outros que, fora de campo, encontraram saída para suas dificuldades ou seus pesadelos, como se queira. Eles retornam pra suas casas, perdendo ou ganhando, sabendo que não encontrarão o pesadelo que, sem certa medida, puderam verificar no Brasil, o País que investiu uma fábula em estádios modernos, mas…
Não resolveu seus problemas mais essenciais em áreas como educação, saúde e, principalmente, segurança pública. As vaias dadas à presidente Dilma refletem um pouco dessa indignação. Por que ainda há gente perguntando pelos cantos: se tinha tanto dinheiro pra investir na Copa, por que não tem para investir no… brasileiro? No padrão vida.
E essa resposta a presidente Dilma e a classe política de um modo geral terão de dar a partir de agora. Se o Brasil foi capaz de convencer o mundo de ser apto para promover um evento de envergadura mundial, com planejamento, organização e competência, por que não é capaz de fazer o mesmo para resolver seus problemas mais elementares com igual padrão?