A estranha demissão da ouvidora após denúncia da ameaça de morte
Foi certamente a demissão mais suspeita dos últimos tempos. Exonerar a ouvidora da Secretaria de Segurança, Valdênia Paulino Lanfranchi, um dia após a denúncia de um plano para seu assassinato é, no mínimo, estranho. Ainda que tenha sido “a pedido”, como está no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (dia 2). É estranho.
Especialmente por que foi Valdênia quem encaminhou um alentado dossiê ao governador, denunciando várias irregularidades, inclusive envolvendo o alto comando da Polícia Militar. Algo que, é bom lembrar, não deu em nada. Até onde a vista alcança, o governador não tomou qualquer providência para apurar e, eventualmente, punir responsáveis.
É estranho, portanto, que a ouvidora, justamente agora, quando, segundo o deputado Luiz Couto, estaria na mira de bandidos contratados, seja demitida. Por que não foi demitida quando fez as denúncias contra oficiais da PM? Se elas estava errada em suas denúncias deveria ter sido exonerada naquele momento. Se ela permaneceu, é de se presumir que estava certa…
E, então, se o seu dossiê tinha fundamento por que o governador não tomou providências com os pretensos oficiais, denunciadas por Valdênia? Essa é uma conta que não fecha. Ainda mais com todo esse mistério cercando a denúncia do deputado Couto, e que envolve diretamente a ex-ouvidora. Mas, não adianta perguntar, porque, para certos assuntos, o nosso ínclito, preclaro e insigne governador faz… ouvidos de mercador!
Investigações – Na edição do mesmo Diário Oficial também está publicada a criação de uma comissão especial para apurar as denúncias do deputado Luiz Couto, no âmbito da Secretaria de Administração Penitenciária. Os secretários Walber Virgulino (Administração Penitenciária) e Cláudio Lima (Segurança) já negaram as acusações de Couto.