A gastança na Granja, a reação do governador e o império do deboche
Eu confesso, meu caro Paiakan, que esperava mais do governador Ricardo Coutinho, nesse episódio da Granja Santana. As suas tiradas já foram mais inteligentes. Ao dizer que se transformar o espaço em parque e museu, como propõe o pré-candidato Lucélio Cartaxo, ajudaria a resolver o problema da Paraíba, ele já teria feito há oito anos.
Ora, além de pouco criativo, revelou certo deboche com os paraibanos. Quer dizer então que é normal gastar R$ 1,3 milhão com as despesas da Granja em um ano? Isso depois do escândalo da gastança de 2011, quando o Ministério Público identificou a compra de 40 toneladas de lagostas, camarão, peixes raros e carne de primeira e o caso virou um escândalo nacional.
Claro, o nosso ínclito, preclaro e insigne governador foi salvo pelo gongo, numa decisão do Tribunal de Contas do Estado que, de uma forma impressionante, virou um placar adverso pela desaprovação das contas da gastança, num dos episódios mais esquisitos do próprio Tribunal. Algo que teria envolvido até acidente de empresa de ônibus como componente da votação.
Mas, voltemos à Granja. Numa conta simples. Quantas pessoas vivem lá, além de sua excelência? Dez no máximo, o que já é em si um exagero. Mas, vamos lá. Se, em 13 meses, o governador gastou R$ 1,3 milhões, isso significa uns R$ 100 mil por mês. O que dá cerca de R$ 10 mil por cada pessoa que ali reside. Quantos paraibanos têm R$ 10 mil por mês para gastar apenas com despesas domésticas?
Na verdade, meu caro Paiakan, o governador ficou sem argumento diante do óbvio: a Granja Santana é uma repartição pública com uma orgia de gastos, não serve aos paraibanos e sua excelência foi pego no contrapé com a proposta de transformar o espaço em parque e museu. Ou seja, um espaço franqueado a todos os paraibanos, e não a apenas meia dúzia de apaniguados, como ocorre atualmente.
Saiu mal na fita.