CALVÁRIO DA MÍDIA Indústria de processos de Ricardo Coutinho atenta contra a liberdade de expressão, por Alan Kardec
O Blog abre espaço para comentário do blogueiro Alan Kardec, que aborda a fúria jurídica do ex-governador Ricardo Coutinho que, em sua sanha de perseguir e intimidar profissionais de Imprensa, termina abarrotando o Judiciário com uma verdadeira indústria de processos. Kardec questiona o coronelismo do ex-governador que faz tudo “para silenciar quem ousa criticá-lo”, especialmente após o escândalo da Cruz Vermelha, detonado pela Operação Calvário.
Confira a íntegra de seu comentário “Abuso do direito de litigar”:
Diferente do coronelismo tradicional, o coronelismo moderno não usa mais o chicote para silenciar quem ousa criticá-lo. Não por falta de vontade – já que o ex-governador Ricardo Coutinho prometeu reiteradas vezes surras de vara em adversários – mas porque felizmente os tempos são outros e ele responderia por lesão corporal.
Através de ações de calúnia e difamação, o ex-governador Ricardo Coutinho tenta intimidar os poucos jornalistas que ainda noticiam fatos da Operação Calvário, a exemplo de Hélder Moura, Thiago Morais, Marcelo José, Anderson Soares e o signatário deste texto.
Faz parte da trajetória de Ricardo Coutinho abusar do direito de litigar para calar a imprensa e adversários políticos. Eu mesmo já ganhei duas ações (cível e penal) ajuizadas pelo o ex-governador sem o menor fundamento jurídico, apenas para tentar me intimidar. Mas nunca tive medo de cara feia.
Acuado e com o rabo entre as pernas, Ricardo Coutinho se esconde da imprensa e não comenta a prisão da sua “mulher de confiança”. E ao tentar calar os poucos jornalistas que ousam contrariá-lo, RC presta um desserviço à Justiça, extremamente abarrotada com processos mais importantes.
O acesso à Justiça é uma importante ferramenta democrática para a obtenção da prestação da tutela jurisdicional, mas políticos como Ricardo Coutinho abusam do direito de ação e brincam com o judiciário.
Ricardo não sabe conviver com as liberdades democráticas e o direito de livre expressão e pensamento, e faz uso imoderado do seu direito subjetivo para calar a imprensa e intimidar adversários.
A Justiça paraibana precisa frear esse modus operandi nocivo ao estado democrático de direito.