A IRA DO PROFETA Ministro que soltou ex-governador e ameaçou delatores teme ser denunciado assim que se aposentar do STJ, diz Veja
O ministro Napoleão Nunes Maia (Superior Tribunal de Justiça) é muito popular na Paraíba. Sobretudo pelas suas decisões sempre camaradas e favoráveis ao ex-governador Ricardo Coutinho. A mais famosa foi ter determinado sua soltura, poucas horas após ser preso pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Calvário, em dezembro de 2019. Depois, por absolver o ex-governador na votação de duas Aijes no Tribunal Superior Eleitoral.
Pois, segundo reportagem da revista Veja, “faltando menos de três meses para se aposentar, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Napoleão Nunes Maia Filho disse a interlocutores que acredita estar sendo investigado ilegalmente por procuradores da Lava-Jato no Rio de Janeiro”, sob a suspeita de vender “liminar que garantiu a permanência de Orlando Diniz na presidência da Fecomércio no Rio de Janeiro.”
“Diniz teve o acordo de delação premiada homologado recentemente pelo juiz Marcelo Bretas e, em seus relatos, enredou figurões da advocacia em um suposto esquema de corrupção, tráfico de influência e e exploração de prestígio que pode ter desviado 150 milhões de reais do Sistema S”, acrescenta a reportagem, em sua última edição (https://bit.ly/3jFdOO9).
Aposentadoria – Ainda segundo a Veja, “Napoleão quer utilizar o tempo que lhe resta no STJ – ele se aposenta compulsoriamente em dezembro – para saber se existe ou não um acervo de provas contra ele guardado no Rio. O magistrado está convicto de que a Lava-Jato aguarda apenas que ele deixe o tribunal – e com isso perca o foro privilegiado – para colocá-lo no banco dos réus.”
Profeta – Em julho de 2017, Napoleão foi citado na delação da JBS e, durante sessão do Tribunal Superior Eleitoral, fez dura crítica aos delatores, fazendo ameaça com a ira do profeta, com o gesto de decapitação, e gritou: “Desejo, que sobre eles desabe a ira do profeta. Sou inocente de tudo isso, estou sendo injustamente, perniciosamente, sorrateiramente, desavergonhadamente prejudicado”